O editor-adjunto de Mercados Emergentes do jornal Financial Times, Jonathan Wheatley, afirmou durante reunião-almoço com o Conselho de Economia da FIERGS, nesta sexta-feira, que o modelo econômico brasileiro de expansão do crédito está esgotado. "Em breve, inclusive, haverá restrição de crédito", destacou ele. Wheatley ponderou que a China também exauriu o modelo de investimento em infraestrutura como forma de crescimento da economia. "Há coisas que precisam ser feitas para que haja avanço econômico, como a regulamentação do mercado de trabalho, a reforma tributária e fiscal e o aumento da eficiência pública", disse. "E com as manifestações populares, estas questões podem ser postas de lado", alertou. "Talvez isto não satisfaça neste momento de questionamentos das ruas. Estão pedindo respostas mais abrangentes e completas", enfatizou. "Muita coisa que precisava ser feita não aconteceu", lembrou ele, explicando que estas perguntas também podem deixar de ser dadas.
O diretor do BRICLab da Columbia University, Marcos Troyjo, explicou que o País visto pelos investidores estrangeiros passou de uma "Brasilmania" para uma "Brasilapatia" e "Brasilangústia". "Isto se deve basicamente a três pontos: a falta de liquidez, o afastamento de uma boa gestão econômica e os protestos nas ruas. O segundo ponto é 80% dos motivos de angústia", ressaltou, elencando o primeiro como 15% e o último, 5%.
O coordenador do Conselho de Economia, Humberto Busnello, enfatizou que para os empresários a visão destes especialistas é muito importante. "São sinais que nos ajudam a perceber o cenário econômico atual e suas perspectivas".
