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Melhorias na infraestrutura de transporte estão entre prioridades da cadeia de base florestal e moveleira

Ausência de linhas de crédito, licenciamento ambiental da silvicultura, carência de mão de obra qualificada, de pesquisa e incentivo à inovação, complexa tributação estadual e federal, falta de um Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), o artigo 18 do Código Florestal do RS, que prevê a reposição florestal e formação de estoque, além da ausência de um marco institucional. Esses são os principais gargalos levantados pelo Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) junto aos sindicatos do setor e apresentados durante o 10º Encontro da Cadeia Produtiva de Base Florestal, Celulose, Papel, Papelão, Madeira e Móveis, nesta quarta-feira, na sede da entidade.

O evento teve como objetivo debater entre representantes desses setores ações para enfrentar os problemas. "Claro que há percalços e dificuldades a superar. O Código Florestal mais recentemente, e o crônico emaranhado de leis e normas sobrepostas, especialmente no que tange ao meio ambiente, também são barreiras que precisam ser equacionadas", destacou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. Ele lembrou que em face às dificuldades, o RS já perdeu investimentos significativos. "No entanto, a nova unidade de processamento de pasta de celulose e papel da Celulose Riograndense vai somar investimentos na ordem de US$ 2,5 bilhões no Estado", afirmou.

O coordenador do comitê, Luiz Attílio Troes, declarou que é preciso unir forças para buscar algo melhor para a cadeia. "Nossos setores têm força e um faturamento que corresponde a cerca de 5% do PIB", reforça. Segundo ele, um dos focos principais precisa ser a melhoria na infraestrutura de transporte do Estado, com oferta de serviços de navegação de cabotagem, hidrovias, ferrovias, portos e aeroportos − que prejudica a competitividade das indústrias.

Um dos exemplos relatados durante o encontro foi a experiência do Mato Grosso do Sul na elaboração do Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) − um instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente −, que tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável e ordenado, combinando crescimento econômico e equilíbrio ambiental. "A economia do Estado era muito dependente do turismo e precisava de um planejamento para criar novas opções", conta o gerente de Regularização Fundiária e Cartográfica do MS, Humberto Maciel. Para chegar ao ZEE, foi realizado um levantamento da situação geográfica, logística, populacional, entre outros pontos, que resultou em um mapa que vai nortear possibilidades de investimentos alinhadas à necessidade de proteção ambiental de cada região do Estado sul-mato-grossense.

Ao final do encontro, também foi debatido o tema "Certificação Florestal: Necessidade ou Modismo", com representantes das empresas Araupel, Motrisa, Prime Timber e Todeschini.

Publicado quarta-feira, 30 de Novembro de 2011 - 0h00