O faturamento das indústrias gaúchas teve uma forte queda em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A redução chegou a 8% e foi a quinta de 2011. "As dificuldades enfrentadas, como o câmbio, a elevada tributação e a retração do mercado internacional, estão freando a competitividade do setor", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao divulgar o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), nessa segunda-feira (5).
Dos 17 setores pesquisados, nove apresentaram perdas nas vendas, que está no mesmo nível de 2006, descontada a inflação. As desacelerações que mais impactaram no resultado global foram em Tabaco (-59%), Refino de Petróleo (-54%), Alimentos e Bebidas (-11,6%) e Máquinas e Equipamentos (-6,3%).
Todas as demais variáveis ligadas à produção também encolheram: Compras (-4,3%), Horas Trabalhadas na Produção (-2,7%) e Utilização da Capacidade Instalada (-0,7%).
Já em relação ao mercado de trabalho, as indústrias continuam contratando. O emprego, que cresce há 17 meses, avançou 1,1% em julho, ante o mesmo mês do ano passado. Mais de 90% das vagas geradas no período são explicadas por três setores: Veículos Automotores, Alimentos e Bebidas e Móveis. Nessa base de comparação, os salários pagos também subiram e chegaram a 2,5%.
O IDI-RS, que é uma média dos indicadores faturamento, horas trabalhadas na produção, emprego, massa salarial, compras e utilização da capacidade instalada, encerrou julho totalizando um recuo de -2,2%.
Julho/Junho − O IDI-RS avançou 1,1% em julho em relação a junho, sem os efeitos sazonais. Esse crescimento, no entanto, recupera apenas parte da queda registrada no mês anterior, que foi de -1,9%. "A evolução da indústria nos últimos 17 meses tem se caracterizado por oscilações, expondo as suas dificuldades de superar os entraves e retomar o crescimento", disse Müller.
