Você está aqui

Indústria gaúcha reage e cresce no final do semestre

A reação positiva da atividade industrial gaúcha nos últimos dois meses do primeiro semestre de 2009 sinaliza uma retomada do seu desempenho, que vinha em queda acentuada desde o início da crise mundial, em 2008. Em junho, a indústria avançou 3,1% ante maio, descontados os efeitos sazonais. O mesmo já tinha acontecido em maio na comparação com abril, quando subiu 0,5%. "Há bons sinais de melhora, apesar de estarem longe de reverter as perdas acumuladas", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, ao divulgar a pesquisa.

O resultado positivo de junho foi decorrência do bom desempenho do Faturamento (7%), das Horas Trabalhadas na Produção (5,1%), Compras (2%), Utilização da Capacidade Instalada (1%) e da Massa Salarial (1,8%). Apenas o Emprego seguiu em queda (-0,2%) pelo 10º mês consecutivo. Os setores que mais contribuíram para essa retomada foram Vestuário (8,9%), Fumo (6,7%), Metalurgia Básica (6,3%), Couros e Calçados (5,4%) e Veículos Automotores (3,9%).

A melhora do setor industrial em maio e junho não foi suficiente para reverter o resultado negativo do primeiro semestre de 2009, que fechou com uma queda de 14,3%, em comparação com o mesmo período de 2008. No acumulado do ano, todas as variáveis analisadas desaceleraram em relação ao mesmo período de 2008. As mais afetadas foram aquelas ligadas à produção: Compras (-29,1%), Faturamento (-14,6%), Horas Trabalhadas (-13,7%) e Utilização da Capacidade Instalada (-10,1%). Apesar do recuo ter sido menor, o mercado de trabalho também fechou os primeiros seis meses do ano com perdas, registrando mais de 40 mil demissões no setor fabril. O emprego e a massa de salários caíram, respectivamente, 6,1% e 7,6%.

Os setores que mais sofreram retração no acumulado do ano foram Metalurgia Básica (-38,1%), Máquinas e Equipamentos (-24,3%), Veículos Automotores (-17,1%), Químicos (-20,3%), Fumo (-16,3%) e Produtos de Metal (-21,8%). Ficou positivo apenas Têxteis (0,7%). Os principais motivos da fraca atuação do setor foram a retração das vendas externas, com recuo de 23% nas exportações; o declínio dos preços, com ênfase nos produtos derivados de petróleo; e o alto nível de estoque em relação à demanda, que teve uma abrupta retração.

Publicado segunda-feira, 3 de Agosto de 2009 - 0h00