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Rio Grande do Sul é estratégico nas relações comerciais com a Itália

Dezesseis empresas italianas e 70 brasileiras participaram na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) do Encontro Internacional RS e Itália: oportunidades de negócio, inovação e tecnologia na agroindústria. O resultado foram mais de cem reuniões para tratar de futuras parcerias no setor.  “É um evento importante para aproximar multinacionais italianas do Rio Grande do Sul, um estado estratégico para a Itália. É grande o percurso que precisamos percorrer juntos”, destacou o cônsul-geral da Itália no Estado, Valerio Caruso.

A programação contou, pela manhã, com uma agenda de conteúdos e apresentações, na qual foram tratados de inovação e tecnologias do agronegócio na Itália, o cenário do setor no RS, entre outros temas. À tarde, ocorreram os encontros de negócios entre as empresas. “O Brasil e a Itália possuem longa tradição de relacionamento, com intenso diálogo econômico e institucional sobre diferentes temas internacionais e, sobretudo, se destacam pela proximidade social e cultural. O Rio Grande do Sul, em particular, apresenta trocas comerciais que ilustram a importância desta relação, e estamos interessados, portanto, em fortalecer a cooperação e ampliar ainda mais as potencialidades de negócios bilaterais”, destacou o vice-presidente da FIERGS, Cláudio Bier, em seu discurso de abertura.

No ano passado, o Rio Grande do Sul foi o sétimo Estado do Brasil que mais importou da Itália, e o sexto que mais vendeu para aquele país. Já a corrente de comércio entre Brasil e Itália superou os US$ 586 milhões em 2022, com uma pauta diversificada.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo; e a secretária da Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp, também estiveram no encontro internacional. Polo ressaltou que a agroindústria tem sido estratégica dentro da política econômica do atual governo estadual. Já Simone mostrou algumas iniciativas da secretaria que buscam colocar o Estado entre os primeiros colocados em inovação no ranking da competitividade.

Diretor da Federunacoma, a federação nacional italiana de construtores de máquinas para a agricultura, Fábio Ricci participou de forma remota e apresentou dados que indicam o avanço da tecnologia para a produção no campo na Itália. Segundo ele, a superfície agrícola no país que utiliza a agricultura 4.0 como solução, caso de robôs para semeadura e capina mecânica, cresceu de 6%, em 2021, para 8% no ano passado.

Já o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, apresentou números do agronegócio brasileiro, que colocam o Brasil na liderança dos países exportadores líquidos de alimentos, com 169,3 milhões de toneladas. A China é o maior importador, com 282,3 milhões de toneladas. Segundo ele, o Brasil aumentou em 75% sua área plantada nos últimos 15 anos, e isso não ocorre “sem ciência e tecnologia”. A previsão é de que, até 2030, quatro em cada cinco pessoas viverão em países que importam mais alimentos do que exportam, o que abre grandes oportunidades para os produtores brasileiros.

A delegação italiana contou ainda com o primeiro secretário, adido agroalimentar da Embaixada da Itália em Brasília, Gianluca Cicchiello; e o presidente da Câmara de Comércio Italiana no RS, Felipe Anselmo Olinto. O coordenador do Conselho de Comércio Exterior (Concex) da FIERGS, Aderbal Lima, e o presidente da empresa Be8 e diretor do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (CIERGS), Erasmo Batistella, também estiveram presentes. A realização do evento, que ocorreu na terça-feira, foi da Embaixada da Itália em Brasília, do Consulado Geral da Itália e da FIERGS, por meio da Gerência de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Gerex).

Publicado quinta-feira, 18 de Maio de 2023 - 10h10