Para fortalecer a presença no Estado, identificando novas oportunidades de cooperação comercial, tecnológica e acadêmica, o consórcio Rafale International, formado pelas companhias francesas Dassault Aviation, Thales e Snecma - Grupo Safran, realizou um seminário no dia 25 de abril, na sede da FIERGS, para cerca de 80 industriais, lideranças empresariais e políticas, representantes de universidades e centros de pesquisa. O objetivo foi abrir espaço às possíveis parcerias que serão necessárias à implementação da produção de aeronaves de combates, caso o grupo vença a concorrência para fornecer 36 caças à Força Aérea Brasileira.
De acordo com o coordenador do Comitê Gaúcho da Indústria de Defesa e Segurança da FIERGS, Jorge Py Velloso, o Brasil exige dos fabricantes de aeronaves uma ampla transferência de tecnologia e a possibilidade de produzi-las no País, conforme a Medida Provisória 544. "A troca de conhecimentos é fundamental para o desenvolvimento de um polo industrial brasileiro de defesa, que, por sua vez, será importante tanto para fortalecer a economia nacional quanto para proteger a costa brasileira, os recém-descobertos campos de petróleo no pré-sal e as demais riquezas", disse Velloso.
O diretor da Dassault Aviation no Brasil, Jean-Marc Merialdo, afirmou que "toda a tecnologia do Rafale foi completamente liberada para oferecimento ao Brasil pelo governo da França". A decisão é parte dos esforços do consórcio para a obtenção do contrato de fornecimento de caças. Ele destacou ainda que o interesse no Rio Grande do Sul para parcerias ocorre devido ao potencial econômico e tecnológico do Estado, à qualificação da mão de obra e à estratégica localização geográfica em relação aos países do Mercosul.
No evento, o diretor de Infraestrutura da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Marco Franceschi, abordou os investimentos anunciados no Estado, que chegam a R$ 14 bilhões; a força dos polos produtivos consolidados e apresentou os principais setores em desenvolvimento: polo naval, indústria oceânica, energia eólica, biocombustíveis, semicondutores, saúde avançadas e medicamentos.
O Consórcio Rafale também assinou quatro cartas de intenção que complementam ou ampliam o conjunto de acordos já firmados pelo consórcio e que se somarão às mais de 70 já protocoladas com 50 entidades e empresas brasileiras. Os acordos foram realizados com as empresas GME Aerospace, TAP Manutenção e Engenharia do Brasil e AEL Sistemas, além da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
