Você está aqui

O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), pesquisa mensal realizada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), revela que a atividade do setor no Estado caiu 0,9% entre maio e junho, feito o ajuste sazonal. O resultado não altera o quadro de estabilização que a indústria gaúcha apresenta, após três anos de quedas seguidas. Em maio, a alta havia sido de 2,4%. O setor opera em um período de transição caracterizado por oscilações entre a longa recessão e a retomada.  “As incertezas da crise política sobre a economia, sobretudo com relação à questão fiscal e às reformas, postergam o começo da recuperação do setor, que sofre o impacto da demanda doméstica enfraquecida, esta por sua vez afetada pelo desemprego alto, renda em declínio, crédito restrito e elevada ociosidade”, explica o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.


Também dessazonalizados, o comportamento dos indicadores que compõem o IDI-RS foi distinto entre maio e junho. As compras industriais e a massa salarial real cresceram 2,2% e 1,7% respectivamente. Em compensação, o faturamento real (-1,4%), as horas trabalhadas na produção (-1,1%) e a utilização da capacidade instalada-UCI (-1,2 p.p.) recuaram. Apenas o emprego se manteve estável, com -0,1%.
Ao se comparar os índices com junho do ano passado, a atividade industrial gaúcha apontou contração de 0,6% no mesmo mês de 2017, após ter avançado 2,1% em maio, quando registrou o primeiro crescimento em 39 meses.

ACUMULADO – Queda também foi registrada no acumulado do primeiro semestre de 2017, na relação com o mesmo período do ano passado. Nessa base de comparação, o IDI-RS baixou 1,4%, tendo contribuído para isso perdas em quatro de seus seis componentes avaliados: compras industriais (-3,4%), horas trabalhadas na produção (-2,8%), emprego (-1,7%) e faturamento real (-0,4%). Apenas a massa salarial subiu, 1,9% em termos reais, e a UCI se manteve estável em 78,8% na média do período.Nove dos 17 setores pesquisados encerraram o primeiro semestre de 2017 com redução da atividade comparativamente a igual período de 2016. Os principais destaques negativos ficaram com Veículos automotores (-5,5%), Alimentos (-3,4%) e Móveis (-3,4%). Já Tabaco (4,8%), Produtos de metal (3,6%) e Máquinas e equipamentos (2,6%) forneceram as maiores contribuições positivas para o resultado geral.

Segundo a FIERGS, o cenário de reação lenta e gradual da atividade para o segundo semestre segue mantido, na esteira das reduções dos juros e da inflação, da safra agrícola e das exportações de manufaturados. Insuficientes, porém, para gerar crescimento no ano e evitar que a indústria do RS finalize 2017 com desempenho muito próximo de nulo.
 

Publicado quarta-feira, 2 de Agosto de 2017 - 16h16