Você está aqui

Crise atenua e perspectivas de demanda na indústria já se mostram positivas

A Sondagem Industrial de junho, divulgada nesta quinta-feira (28) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), revela uma retração no ritmo de queda e aponta a uma perspectiva de demanda que começa a se tornar positiva para os próximos meses. A perda na produção (48 pontos) foi a menos intensa registrada no mês desde 2010 e o emprego (44,7) sugere que a redução de postos de trabalho no setor é semelhante à de maio, mas inferior aos mesmos períodos em dois anos no Estado. “Ainda é cedo para anteciparmos que os resultados denotam que a recuperação econômica do País começa de fato, refletindo diretamente nos resultados no Rio Grande do Sul”, alerta o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
 
Segundo o industrial, as retomadas da produção e do crescimento ocorrerão, realmente, se o governo federal adotar medidas efetivas, entre elas uma política fiscal mais austera e taxas de juros dentro de uma realidade que permita que se retomem os investimentos que os empresários estão evitando fazer. “Além disso, projetos e declarações que tratem de um novo aumento de impostos em nada contribuem”, diz Müller.
 
Com um cenário menos negativo, a Sondagem mostrou uma melhora nas expectativas dos empresários em relação ao próximo semestre. Principalmente nas relativas à demanda, cujo índice em 53,6 pontos, o maior desde maio de 2014, passou a projetar expansão depois de 22 meses. Em relação ao emprego (47,6 pontos), as perspectivas preveem um menor ritmo de demissões. 
 
A Sondagem Industrial mostra que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), de 65% no mês, repetiu o percentual de maio. Mas o indicador de UCI em reação à usual reagiu: foi para 36,7 pontos, ante 34,6 em maio. Outro fator que revela a retomada de fôlego na produção é o de estoques de produtos finais, que intensificaram a trajetória de queda em junho (46,9 pontos). Desta forma, o indicador que os mede em relação ao planejado (49,9 pontos) apareceu, pelo terceiro mês consecutivo, em níveis  adequados.
 
TRIMESTRE
A margem de lucro (35,2 pontos) e a situação financeira (40,7) foram os principais pontos de insatisfação no segundo trimestre de 2016, de acordo com os empresários que participaram da Sondagem Industrial. As dificuldades aumentam na medida em que o acesso ao crédito (28,9 pontos) nunca foi tão difícil e os preços das matérias-primas (66,7 pontos) se elevaram significativamente em relação ao trimestre anterior. Além disso, a demanda interna insuficiente e a elevada carga tributária, assinaladas por 45,4% e 42,7% dos entrevistados, também acabaram apontadas como problemas do setor, juntamente com as taxas de juros elevadas (28,5%) e a inadimplência de clientes (25,8%).
 
Desenvolvida mensalmente pela FIERGS, a Sondagem Industrial RS varia numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 significa maior otimismo. Apenas a variável de estoques em comparação ao planejado é avaliada como negativa acima dos 50 pontos. No caso da intenção de investir, quanto maior o índice, maior a propensão da indústria.
 
Indicador Maio/16 Junho/16 Média histórica O que representa
Produção 45,8 48 48,4 Queda na produção
Número de empregados 44,9 44,7 47,5 Queda no número de empregados
UCI 65 65 71,4 Estabilidade no uso da capacidade
UCI Efetiva-Usual 34,6 36,7 43,4 UCI efetiva abaixo do usual
Evolução dos estoques 48,4 46,9 51,5 Queda nos estoques
Estoque efetivo-planejado 49,4 49,9 53,1 Estoques dentro do planejado

 

 
Publicado quinta-feira, 28 de Julho de 2016 - 16h16