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Especialistas debatem os impactos econômicos e sociais da Saúde e Segurança no Trabalho

Para um ambiente de trabalho saudável e produtivo é fundamental a união e o envolvimento das empresas, dos trabalhadores e do governo. Este foi o principal recado dos especialistas no tema que participaram do encontro realizado, nesta quarta-feira (17), pelo Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social da FIERGS. "Todas estas partes devem se envolver para que sejam alcançados resultados efetivos", afirmou o vice-presidente da entidade, Paulo Vanzetto Garcia, na abertura do evento.

No seminário, denominado "Segurança e Saúde no Trabalho (SST): fatores internos e externos ao processo de trabalho. Oportunidades ou ameaças?", a gestão da informação também foi apontada como o melhor caminho para resolver os gargalos na área e avançar em melhorias. "Há hoje um paradoxo entre escassez de conhecimento sobre SST e abundância de dados", alertou o consultor em Sistema de Informação de Saúde da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Reis.

De acordo com Reis, os fatores externos que devem ser observados para a introdução de sistemas de gestão de SST adequados e o cumprimento das regras e leis, com o objetivo de reduzir os fatores de riscos e aumentar a produtividade, são os seguintes: acompanhar as mudanças na legislação; conhecer a atuação dos atores envolvidos com o tema, tais como Ministérios do Trabalho e da Saúde, INSS, Ministério Público, Judiciário; e entender as políticas traçadas pelo Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho.

No ambiente interno, o especialista destaca que as empresas precisam, em primeiro, lugar, definir com clareza "as políticas e os princípios" e colocar em prática as diretrizes e os sistemas de gestão em SST. "Estas questões não podem ficar apenas na teoria e devem ser adotadas em todos os níveis hierárquicos nas corporações, principalmente pela alta direção", disse Reis. Ele lembrou ainda que o estilo de vida da população tem refletido dentro do ambiente de trabalho, com elevados custos na área da saúde.

O diretor-regional do Sesi-RS, Edison Lisboa, salientou que obesidade, tabagismo, sedentarismo, por exemplo, resultam numa série de problemas que levam ao afastamento do trabalhador. "O Sesi-RS atua fortemente nestas questões e oferece serviços para as indústrias e seus colaboradores visando a qualidade de vida".

O detalhamento do universo regulatório da Saúde e Segurança no Trabalho foi abordado pelo coordenador da área de SST da CNI, Clóvis Veloso. Ele alertou para a falta de consenso na interpretação das normas e regras por parte dos órgãos que as aplicam e fiscalizam. "A CNI, junto com as federações de indústrias, está envolvida em tornar mais clara a legislação sobre o tema. O trabalho é árduo, pois são vários os agentes envolvidos: Ministério do Emprego, Ministério do Trabalho, Ministério da Saúde, Ministério Público do Trabalho, Organização Internacional do Trabalho (OIT) e ABNT", argumentou Veloso.

Publicado quinta-feira, 18 de Outubro de 2012 - 0h00