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Unificar o envio de informações dos funcionários pelo empregador, consolidando informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas em uma única entrega é o objetivo do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Para preparar o setor industrial em relação a essas mudanças, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) realizou nesta terça-feira (17) o evento eSocial em Debate: Uma nova cultura nas relações entre empregadores, empregados e governo, no Teatro do Sesi, em Porto Alegre. A previsão de entrada em vigor é no dia 1º de janeiro de 2018, mas já está em análise a possibilidade de que as exigências sejam cobradas de forma gradual após essa data.  


A ideia do evento foi apresentar uma abordagem prática e acessível sobre o eSocial, informando e orientando as empresas para as novas demandas das relações de trabalho. “O número expressivo de participantes neste debate revela a importância do tema tratado. Importância não pela inovação que poderia trazer às empresas, mas lamentavelmente, o eSocial se torna importante pelas dificuldades que impõe às organizações produtivas. Como se fazer tudo via computador não acarretasse tempo e pessoas que poderiam estar trabalhando para o aumento da produção, e não nas atividades administrativas. Talvez por isto os índices de produtividade do Brasil sejam menores do que em outros países”, destacou o presidente em exercício da FIERGS, Gilberto Ribeiro, na abertura do seminário. Ele ressaltou que o Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) da FIERGS vem acompanhando a implantação do sistema desde o seu anúncio pelo governo federal. 

Segundo coordenador do Contrab e diretor da FIERGS, Thômaz Nunnenkamp, muitas vezes, a maior dificuldade é que o programa seja feito por pessoas que não conhecem a realidade prática das empresas. “Talvez o prazo idealizado pelo governo para implantar o eSocial não seja realista, pois ele tem que ser discutido, testado e ainda há muita desinformação por parte das empresas. O programa avançou muito, mas ainda há espaço para avançar”, completou. 

O auditor fiscal do trabalho Émerson Tyrone Mattje explicou o funcionamento do eSocial na prática e ressaltou algumas vantagens do sistema. "Será necessário um único cadastro, evitando a redundância de informações prestadas e garantindo direitos previdenciários e trabalhistas. O objetivo é simplificar o processo", comentou. 

Já os auditores fiscais da Receita Federal Clóvis Beirute Peres e Alessandra Bastos abordaram Compliance e Simplificação do Sped. Eles declararam que o novo programa não vai beneficiar apenas o setor público, mas também as empresas, que, no longo prazo, vão reduzir custos operacionais a partir da unificação online. Também foram tratados os temas eSocial sob a perspectiva das indústrias, aspectos técnicos para geração e envio de informações, Segurança e Saúde no Trabalho.

Crédito foto: Dudu Leal

Publicado Terça-feira, 17 de Outubro de 2017 - 17h17