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Acabou o mundo V.U.C.A (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) e começou a era da economia da inteligência artificial. Esta foi a primeira frase de Gil Giardelli no 6º Fórum IEL de Inovação, realizado nesta quarta-feira, na sede da FIERGS.

“A automação e os robôs são sinônimo de mais empregos e não de desemprego”, afirma ele, que é professor e colaborador de instituições como Insper, Fundação Dom Cabral e PUC-SP. Conforme Giardelli, países com pleno emprego são as nações que pensam o futuro, independente de eleições ou governos. “Na última eleição americana, o presidente eleito, independente de quem fosse, já tinha compromissos de investimento e ações com o seu comitê de Inteligência Artificial”, ressaltou ele, que é membro da WFSF (Federação Mundial de Estudos do Futuro) e parceiro consultivo da Unesco e da ONU. 

“Neste momento, com 13 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, há um milhão de vagas em inteligência artificial”, contou ele, ressaltando que é preciso estudo, conhecimento, além de políticas públicas”, disse. “Das 20 maiores nações do mundo, o Brasil é o único que não tem cadeira de futuro ligada ao governo central”, assegurou. O Fórum AI Economy – Desafios e Grandes Oportunidades da Nova buscou mostrar as portas para essas mudanças, e apresentar seus impactos nos processos produtivos e modelos de negócios, além de discutir as oportunidades que aparecem com a nova era, e o que ela está colocando em evidência. 

Silvio Meira, um dos fundadores do Porto Digital, considerado o maior parque tecnológico do País, localizado em Recife, ressaltou que o e-commerce já é 30% do varejo na China, e 5% no Brasil. “O crescimento às vezes é lento, mas a derrocada é rápida. As empresas que não entrarem com suas redes na transformação digital estão fadadas a acabar”, afirmou Meira. Ele advertiu que essa mudança não deve ser feita individualmente, mas em rede, com clientes e fornecedores, por meio de uma plataforma. “É necessário cada vez mais o trabalho colaborativo e menos individual”, destacou ainda.

Camila Achutti, cofundadora da Mastertech, plataforma digital de educação continuada voltada ao desenvolvimento de habilidades do século 21, falou na necessidade de diversidade na área da tecnologia. Camila, criadora do blog "Mulheres na Computação", afirmou que é preciso quebrar barreiras e estereótipos criados desde a infância para integrar cada vez mais as mulheres ao mundo digital. “As questões de gênero e diversidade precisam deixar de ser pautas de responsabilidade social e se transformar em pontos estratégicos. Há uma necessidade de conhecimento e de habilidades nesta área que pode e deve ser ocupado”, concluiu.

Crédito foto: Dudu Leal

Publicado quarta-feira, 3 de Outubro de 2018 - 0h00