Na abertura da CeBIT, que ocorre na Alemanha, de 6 a 10 de março, o governo brasileiro manifestou preocupação com a expansão monetária que vem ocorrendo por parte dos países desenvolvidos. "Começou com os Estados Unidos e, obviamente, com uma parte muito mais significativa do que a da União Europeia, mas que agora, com a expansão monetária na União Europeia, provoca a desvalorização das moedas, o que nós consideramos bastante adverso para o comércio internacional do Brasil", afirmou a presidenta Dilma Rousseff durante o mais importante evento na área de Tecnologia da Informação do mundo, ao relatar um dos temas abordados com a chanceler alemã Angela Merkel.
A presidenta salientou ainda que "diante da desvalorização artificial das moedas dos outros países, o Brasil tomará todas as medidas que não firam as disposições da OMC (Organização Mundial do Comércio) para evitar que essa desvalorização artificial das moedas desindustrialize a economia brasileira". A posição de Dilma foi compartilhada pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, presente ao evento. "Agimos pouco em comparação com o que está sendo feito por outras nações, principalmente as desenvolvidas. O câmbio artificial é o pior protecionismo", argumentou o industrial.
Dilma disse ter afirmado para a chanceler que o governo brasileiro terá uma posição proativa no sentido de ampliar, cada vez mais, a taxa de crescimento no Brasil de forma sustentável, respeitando o equilíbrio macroeconômico com finanças públicas e uma estrutura fiscal sólida. "Ao mesmo tempo, gostaríamos de contar com a presença das empresas alemãs na expansão do investimento no Brasil, tanto na área de infraestrutura quanto na área dos grandes eventos, como a Copa e as Olimpíadas". Em resposta, Angela Merkel destacou que também está preocupada com possíveis ações protecionistas unilaterais. "A confiança é o caminho que devemos trilhar para sair da crise. Nós europeus estamos conscientes do fato de que temos de olhar além de nossas fronteiras", ponderou.
Política industrial gaúcha - Com o objetivo de consolidar a imagem do Estado no mercado global, o governo do Rio Grande do Sul vai ampliar a concessão de incentivos fiscais para empresas participarem de eventos internacionais. A informação foi dada pelo governador Tarso Genro, durante café da manhã em Hannover, com 40 empresários gaúchos que participam da CeBIT 2012, entre eles o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
De acordo com o governador, o benefício fará parte da nova política industrial do Estado, que será lançada nas próximas semanas. "As empresas pequenas e médias gaúchas têm uma incrível capacidade de adaptação para disputar no mercado mundial e estabelecer parcerias. Temos uma rica rede com vocação tecnológica e para inovação e vamos fortalecê-la", afirmou.
Missão Empresarial - A FIERGS é responsável pela articulação da missão nacional de prospecção de oportunidades de negócios e levou 77 participantes, sendo 39 gaúchos, para a CeBIT, em Hannover. A edição 2012 é especial para o Brasil que, convidado pelo governo alemão, tem papel de destaque como país-parceiro.
A Missão Empresarial Prospectiva CeBIT 2012 contemplará atividades diárias, acompanhamento técnico e visitas guiadas à feira. A iniciativa integra o Programa de Missões Empresariais Prospectivas, desenvolvido pela Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN). O objetivo é propiciar às empresas brasileiras uma oportunidade de acesso a novas tecnologias e parceiros internacionais, além de promover a absorção de experiências inovadoras nos seus respectivos setores de atuação. Ocorre no âmbito do Programa Al-Invest, financiado pela Comissão Europeia.
