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Há oportunidades para o Comércio Exterior

O primeiro painel da tarde do Congresso Internacional de Cooperação União Europeia − América Latina tratou de um dos atuais desafios da relação de negócios entre os dois blocos econômicos: "Como fomentar o investimento entre América Latina e União Europeia". Trataram do tema o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil − AEB, Mario Benavente; e o vice-presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento − Apex-Brasil, Ricardo Schaffer.

O crescimento nos investimentos externos registrados no Brasil foi explicado por Schaffer como resultado do bom momento econômico vivido pelo País. Na sua visão, além da "pujança da economia brasileira", uma nova classe média vem se constituindo, renovando o mercado. O painelista destacou que a dinâmica da economia brasileira se enquadra no cenário de mudanças observado em âmbito global. Nos últimos 20 anos, novos atores ingressaram no meio dos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED). "A China vem deslocando a União Europeia e os Estados Unidos de seus mercados na América Latina e África", destacou.

Ao tratar da relação entre o Chile com o Mercosul, o chefe do Departamento de Investimento Estrangeiro do Ministério das Relações Exteriores do Chile, Mario Benavente, afirmou que a estrutura tarifária do Chile é um dos problemas a serem enfrentados. Destacou ainda a relevância da integração, já que 80% da força de trabalho dos chilenos é exportada para o Mercosul. "É possível buscar um caminho para uma maior integração entre os países do Mercosul." Sobre a questão do Chile, o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Mauro Laviola, observou que a não entrada daquele país no Mercosul facilitou uma política intensa de acordos bilaterais que o ajudam a diversificar mercados e negócios. "Os países do Mercosul estão atrelados ao bloco e não podem fazer acordo algum que seja fora. Já o Chile tem liberdade e pode fazer o que achar melhor para a sua conjuntura, demanda, produção, etc.", comparou.

Segundo Laviola, o Chile tem 18 acordos bilaterais.

Em defesa da livre negociação, uma vez que acordos entre blocos estão muito difíceis de se concretizar, Laviola sugeriu que a própria Organização Mundial do Comércio (OMC) faça um levantamento dos acordos já existentes entre países. "Assim, ficaria fácil visualizar um mapa onde, na prática, já existe o multilateralismo. Por exemplo, se A e B têm acordo, e se C e D também têm acordo. O que dizer se acontece D com A e B com C sem que se desfaçam os acordos iniciais? Na verdade, isso já é real. É preciso apenas que as coisas fiquem mais claras e que não haja tanta interferência de governos e posições políticas que atrasam os processos", defendeu o convidado.

No painel sobre Programas e Instrumentos para Internacionalização de Empresas, o chefe do setor da Diretoria de América Latina do EuropeAid, Vittorio Tonutti, informou que existe uma série de mecanismos de viabilização de exportações de pequenas e médias empresas. É preciso que elas saibam onde captar os recursos. Somente no Programa Al-Invest, da União Europeia, entre 2009 e 2012 há 50 milhões de euros (cerca de R$ 125 milhões) para financiar empresas latinas e entrarem no Comércio Internacional e expandir fronteiras. "A ajuda para as pequenas e médias empresas está disponível em entidades empresariais, setoriais, tal como a Federação das Indústrias. Os empresários devem procurar se informar das possibilidades", reforçou Tonutti. Antes dele, o coordenador técnico da Agência de Desenvolvimento Industrial, Eduardo Rezende, listou as maiores dificuldades das pequenas e médias empresas: identificação de oportunidades, captação de recursos para financiamentos, informações, falta de habilidade para contratar negociadores, agentes e representantes no exterior e contatos com os clientes.

Publicado quinta-feira, 12 de Novembro de 2009 - 0h00