Você está aqui

Indústria aposta na ampliação do comércio com a Índia

As relações comerciais entre Brasil e Índia têm muito a crescer e novas oportunidades deverão se abrir nos próximos anos para empresas brasileiras naquele país. É esta a expectativa do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, que durante a semana está à frente de uma missão de empresários brasileiros à Índia, acompanhando a viagem do presidente de República, Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente da FIERGS, Paulo Tigre, que faz parte da comitiva, lembrou que "há muito a ser descoberto ou desbravado". Ele afirmou que várias empresas estão negociando, enquanto outras buscam conhecer as potencialidades de negócios que a Índia oferece. "Essa iniciativa trará um benefício muito grande para a nossa indústria, nossos empresários e toda a nossa economia", disse.

A gaúcha Marcopolo, de Caxias do Sul, largou na frente na disputa por este mercado ao se associar a Tata, um forte grupo indiano. "Essa empresa vai transformar a Índia em uma grande plataforma de exportação de carrocerias, e ainda há possibilidades na área de alimentos, fármacos, vestuário e até mesmo para a indústria de áudio-visual", destacou Monteiro Neto. "Temos hoje uma corrente de comércio modesta, mas, pelo interesse que percebemos na comunidade empresarial no Brasil e pelas oportunidades que identificamos claramente na Índia, a corrente de comércio crescerá exponencialmente nos próximos anos."

Armando Monteiro Neto apontou, ainda, oportunidades tanto nas exportações de bens quanto de serviços. Citou o setor de infra-estrutura como um dos que oferecem grandes oportunidades às empresas brasileiras. "A Índia tem o desafio de ampliar em muito os investimentos em infra-estrutura e é preciso que as empresas brasileiras participem desse processo", afirmou.

O vice-presidente da Marcopolo, José Martins, é um dos mais entusiastas em relação ao potencial da Índia para a indústria brasileira. Até 2013, a fábrica de carrocerias, em parceria com o grupo Tata, deverá fabricar 25 mil ônibus por ano. Atualmente, 35% da produção da Marcopolo está fora do Brasil. "A internacionalização é uma realidade, mas não uma aventura", ensinou Martins. "Começamos há quatro anos, em conversas na Espanha e, desde então, cada passo foi dado com todo cuidado. Cada marco legal, cada contrato é analisado e costurado com cuidado, zelo e correção, de parte a parte."

Segundo Martins, os indianos são excelentes parceiros e os custos no país semelhantes aos verificados na China. "Recomendo a cada empresário que pesquise mais a Índia e a reconheça como um local de oportunidades extraordinárias, além de uma possibilidade de estabelecermos uma importante parceria na competição global com a China", disse.

Publicado segunda-feira, 4 de Junho de 2007 - 0h00