Uma comitiva com 56 industriais gaúchos, liderada pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, estará em Brasília, na próxima quarta-feira (17), numa ação de mobilização contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 231/95), que reduz a jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais e aumenta o adicional na hora extra de 50% para 75% do valor da hora trabalhada.
O objetivo da mobilização é promover encontros com líderes partidários e com os 31 deputados da Bancada Federal Gaúcha. "A FIERGS propõe o debate de uma ampla Reforma Trabalhista a partir de 2011, pois o momento, em ano eleitoral, é inoportuno para debater alguma mudança agora", aponta Paulo Tigre.
A mobilização faz parte de uma ação coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Todas as quartas-feiras, líderes empresariais das federações industriais do País se reúnem em Brasília com deputados de seus Estados para discutir o tema.
Na última semana de fevereiro, um grupo de industriais, tendo à frente o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, esteve com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, e lideranças dos partidos. Monteiro Neto destaca que a imposição por lei de uma jornada única é prejudicial ao Brasil, "um País heterogêneo, com diferentes situações no mundo do trabalho". Para ele, a livre negociação é o melhor caminho.
A indústria entende que a menor jornada de trabalho estimulará a informalidade do emprego e aumentará os custos e os preços dos produtos. Como consequência, provocará demissões. "A política adequada é aquela voltada para a geração de empregos, como a redução dos custos das empresas e da carga tributária", argumenta Paulo Tigre.