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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta quinta-feira, a Carta da Indústria 2014, que apresenta as propostas construídas pelo setor durante os dois dias do 9º Encontro Nacional da Indústria (Enai), reunindo 1,8 mil empresários no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A comitiva gaúcha, liderada pelo presidente da FIERGS, Heitor José Müller, participou com 70 integrantes, entre industriais, líderes sindicais e executivos. 
 
Alertando que “a indústria tem pressa”, a CNI defende ser o momento de uma “correção de rota” e que o governo deve apresentar no início do próximo ano uma agenda de competitividade com metas claras definidas por uma estrutura de governança criada especialmente para gerir e coordenar as iniciativas. “Precisamos de ações concretas. Só assim a confiança para investir será
restaurada”, afirmou durante a abertura do evento, na terça-feira, o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade. Segundo ele, o setor industrial deve estar no centro da estratégia de desenvolvimento do Brasil, porque é a principal fonte dos avanços tecnológicos e da inovação, que estimulam o crescimento dos demais segmentos da economia.
 
Na Carta, a indústria afirma que fará o monitoramento da evolução das ações voltadas para elevar a competitividade. “Nossa expectativa é de que o governo inicie o ano apresentando uma agenda de onde pretende chegar e de que forma. A CNI vai controlar permanentemente os resultados e fazer um termômetro de como está avançando a agenda da competitividade”, afirma o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. 
 
O objetivo do setor é reverter o quadro de perda de importância na economia brasileira. A participação da indústria no PIB é de 25%, dez pontos percentuais a menos que nos anos 90 – a indústria de transformação representa apenas 13% do PIB. Nesta quinta-feira, a CNI também divulgou o estudo inédito Perfil da Indústria nos Estados. A pesquisa mostra que, das 27 unidades da federação, apenas nove tiveram aumento da participação no PIB industrial brasileiro entre 2001 e 2011. Os Estados das regiões Sudeste e Sul perderam espaço nesta década, 1,7% e 2,1%, respectivamente. Por outro lado, avançou nas demais regiões com menos tradição industrial. Na Norte e Centro-Oeste, cresceu 1,9% e 1,3%. Na Nordeste, a elevação foi de 0,6%. 
 
Para a CNI, o governo deveria priorizar três pontos críticos dentro da pauta da entidade que define os dez fatores-chave necessários para expandir a competitividade do País, definidos no Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. O sistema tributário deve eliminar a cumulatividade de impostos e desonerar as exportações e investimentos; as relações de trabalho têm de ser modernizadas de acordo com as atuais condições de trabalho e segurança jurídica; e os investimentos em infraestrutura precisam se elevar em relação ao PIB, com maior participação do capital privado. 
 
Também vai contribuir para retomada dos investimentos uma política fiscal de redução dos juros e uma taxa de câmbio mais estável. A Carta da Indústria pede ainda que o governo dê atenção especial a uma política comercial desburocratizada e com foco em mercados estratégicos e melhora da qualidade da educação. Acesse o documento na íntegra
Publicado sexta-feira, 7 de Novembro de 2014 - 18h18