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Para FIERGS, atual taxa de juros nos financiamentos do BNDES deve ser mantida

A economia brasileira ainda sofre os efeitos da maior crise de sua história, cujo impacto mais forte se dá sobre os investimentos. Como consequência disso, a produção industrial do segmento de Bens de Capital diminuiu 32%, e o aumento nos custos de financiamento pode retardar ainda mais a retomada da atividade econômica. Por essa razão, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) entende que a Medida Provisória 777, que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) para os novos contratos de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em substituição à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) utilizada atualmente, é prejudicial às empresas. “Resultará em nova queda nos investimentos e menor crescimento econômico”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. A TLP deverá entrar em vigor em janeiro de 2018.


A FIERGS entende que, pelo menos nos primeiros anos de funcionamento, a TLP provocará um crescimento no custo para as empresas em relação à TJLP aplicada atualmente, de 7% a.a. Por se tratar de uma taxa pós-fixada, esse custo vai depender das condições de mercado, podendo acarretar maior ou menor fardo para as empresas. “É preciso criar mecanismos que diminuam o déficit fiscal para que as taxas de juros de mercado passem a ser estruturalmente mais baixas. Somente a redução da dívida pública fará o Brasil conseguir praticar taxas mais próximas das observadas em outros países emergentes concorrentes nossos”, enfatiza Petry.

Em que pese a TJLP seja considerada baixa para os padrões brasileiros, a FIERGS ressalta que a composição da taxa de juros aplicável ao cliente sofre o acréscimo da taxa de remuneração do BNDES e da remuneração do agente financeiro. Assim, a taxa de juros efetiva do financiamento pode ser mais do que o dobro da TJLP em algumas situações. Segundo o presidente da FIERGS, diminuir as condições diferenciadas que o BNDES instrumentaliza para funcionar como um banco de desenvolvimento não será suficiente para fazer cair os juros no País.


 

Publicado Terça-feira, 8 de Agosto de 2017 - 15h15