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Pesquisa sobre acesso ao crédito revela que 69,8% das indústrias gaúchas utilizam capital próprio

Entre os diversos fatores que compõem o quadro de entraves estruturais que corrói a competitividade da economia está a dificuldade de acesso ao crédito. A situação enfrentada pelo setor produtivo do Estado foi mapeada pela “Sondagem Especial Financiamento”, realizada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). “Recursos insuficientes e custos elevados inviabilizam projetos de investimentos, que são indispensáveis ao crescimento econômico e à geração de emprego e renda”, alertou o presidente da entidade, Heitor José Müller. A pesquisa, com respostas de múltipla escolha e realizada com 176 indústrias de transformação, identificou a forma como as empresas financiaram suas operações, a percepção dos empresários a respeito do comportamento dos juros e dos prazos, os obstáculos existentes na busca por crédito e o grau de endividamento.   
 
Os resultados demonstraram que, em 2014, as principais fontes de recursos foram o capital próprio (69,8%) e a captação no sistema bancário (64,0%). O financiamento mediante crédito de fornecedores/clientes, com 40,7% das respostas, também se mostrou uma possibilidade importante. “As elevadas taxas de juros e a falta de linhas adequadas deixa como alternativa o financiamento via recursos próprios. Essa decisão pode, muitas vezes, comprometer o fluxo de caixa das empresas, além de limitar o montante investido”, argumenta Müller. 
 
A sondagem da FIERGS revelou ainda que uma parte considerável das indústrias (29,9%) não conseguiu captar no mercado o valor suficiente para suas necessidades de investimentos. Ao mesmo tempo, uma grande parcela (18,6%) está no limite do endividamento ou acima dele. Além disso, indicou que o setor industrial gaúcho tem sentido os efeitos da política monetária contracionista, uma vez que mais da metade dos entrevistados afirmou ter percebido elevação dos juros de curto e longo prazo. 
 
Construção Civil – A mesma pesquisa mapeou especificamente o segmento de Construção do Rio Grande do Sul e abrangeu 41 empresas. Assim como no caso das atividades de transformação, as principais fontes de financiamentos foram seus próprios recursos e os empréstimos bancários. Observou-se que 66,7% dos empresários apontaram aumento nos juros de curto de prazo. Em se tratando de longo prazo, esse percentual cai ligeiramente (63,3%).
 
A Sondagem da Construção revelou ainda que uma parte considerável das empresas (40,9%) não obteve o valor suficiente para suas necessidades. E, ao mesmo, tempo, destacou que uma grande parcela (24,1%) está no limite do endividamento ou acima dele. Por fim, ficou evidenciado que houve diversas dificuldades no acesso ao crédito em 2014, sendo as exigências de garantia reais e a falta de linhas adequadas à necessidade dos empreendimentos as mais acentuadas.
 
Entre os resultados, 70,7% dos entrevistados disseram que usam meios próprios e obtenção de recursos no sistema bancário, com 61,0% das respostas. O financiamento mediante crédito de fornecedores/clientes (43,9%) também se demonstrou uma alternativa importante. Apenas 4,9% declararam usar financiamento via mercado de capitais e fundos de investimentos e nenhuma empresa utilizou a prospecção externa como fonte de recurso.
 
Principais resultados - Indústria de Transformação
 
69,8% das indústrias gaúchas utilizam capital próprio como principal fonte de financiamento
52,5% afirmaram que a maior dificuldade enfrentada na obtenção de crédito foi a falta de linhas adequadas às suas necessidades
29,9% não conseguiram o valor necessário em empréstimos
53,0% perceberam elevação nos juros de curto prazo
27,8% alegaram que os prazos dos empréstimos e financiamentos são curtos
22,1% estão acima de seu limite de endividamento
 
 
Principais resultados - Indústria de Transformação
 
69,8% das indústrias gaúchas utilizam capital próprio como principal fonte de financiamento
52,5% afirmaram que a maior dificuldade enfrentada na obtenção de crédito foi a falta de linhas adequadas às suas necessidades
29,9% não conseguiram o valor necessário em empréstimos
53,0% perceberam elevação nos juros de curto prazo
27,8% alegaram que os prazos dos empréstimos e financiamentos são curtos
22,1% estão acima de seu limite de endividamento
 
Publicado quarta-feira, 28 de Janeiro de 2015 - 14h14