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Presidente da FIERGS destaca a contribuição do ENAI na busca de soluções para o País

O presidente da FIERGS, Heitor José Müller, destaca que algumas questões das mais importantes que precisam ser resolvidas para que a indústria tenha uma competitividade internacional foram debatidas durante o 8º Enai, em Brasília. "Estamos diminuindo a nossa participação, há 20 anos éramos superavitários e hoje somos deficitários. Esse ano, até fim de outubro, já tínhamos mais de 100 bilhões de dólares de déficit na balança comercial de manufaturados", alerta.

Heitor José Müller indica uma série de gargalos que prejudicam a indústria nacional, entre eles os desafios enfrentados na área da educação e inovação. "A nossa estrutura de educação fundamental é muito fraca, mesmo quando o pessoal jovem chega às escolas do Senai, demonstra um baixo conhecimento em português, interpretação de texto e matemática. Temos uma dificuldade imensa de treinar essas pessoas, apesar de estarmos hoje com bons programas do governo federal, caso do Pronatec e o Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas de estudo para as melhores universidades do mundo. Só que isso ainda não trouxe os efeitos positivos, está em andamento, leva tempo", observa.

Para que esta evolução ocorra, Heitor José Müller destaca as contribuições da CNI e da FIERGS. "Na FIERGS, fazemos uma intervenção enorme no Senai, adaptando todas as escolas com as novas tecnologias e novos equipamentos, por meio de um financiamento concedido pelo BNDES ao Sistema CNI".

Outra questão lembrada pelo industrial como bastante abordada no Enai foi a infraestrutura e a logística. "O custo das filas imensas de caminhões parados dias e dias, não podendo descarregar nos portos, os engarrafamentos e o consumo de combustíveis, a perda de tempo de pessoas que nessas horas não estão produzindo, esse custo realmente é assombroso e essa abordagem foi feita em um seminário específico", comenta.

Outra questão também em análise se referiu à tributação e ao financiamento. "No Brasil a indústria é muito compelida a recolher tributos, quando em outros países o tributo é cobrado no comércio. Nesse caso nós produzimos, jogamos nosso produto no mercado a um preço muito superior ao importado, porque o nosso já vem embutido de tributos, e o do exterior não tem. Então, perdemos competitividade com nossos custos elevados, a participação no nosso mercado interno e, logicamente, também nas nossas exportações. A indústria detinha mais de 30% do PIB brasileiro e hoje, não chega mais a 15% da participação da indústria de transformação no PIB. O setor agrícola cresceu, o de minérios também, mas a indústria não acompanhou essa evolução", avisa.

Publicado quinta-feira, 12 de Dezembro de 2013 - 0h00