O presidente da FIERGS, Heitor José Müller, foi o palestrante da reunião-almoço da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (Adce), em Porto Alegre, nesta quinta-feira (6). No encontro “Papo-Amigo”, Müller abordou as perspectivas do Brasil para os próximos meses. Para ele, o transcorrer de 2017 requer muito cuidado por conta dos riscos de interferência do emaranhado cenário político para a retomada da confiança e credibilidade econômica. “É importante trilharmos na direção certa, sem acidentes políticos pelo caminho. Só assim chegaremos a 2018 com resultados positivos nas empresas”, enfatizou.

Com este propósito, a FIERGS elaborou a Agenda da Indústria Gaúcha, um documento de 26 páginas com as posições da entidade sobre a Valorização das Negociações Coletivas, o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados, a Reforma da Previdência e a Regularização Tributária (Refis). As propostas foram entregues em março para o governo do Rio Grande do Sul e as Bancadas Federal e Estadual gaúchas. “Não se faz nada sozinho. A FIERGS, os sindicatos e as entidades locais devem somar forças. Estamos receptivos a novas sugestões de temas para a nossa pauta de trabalho”, convidou.

No encontro com os empresários, Müller destacou alguns desacertos na política econômica, como a antecipação do consumo, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e 2016. “Nossa crise é a pior da história desde 1901. A formação atual dos legisladores não estimula as mudanças necessárias. Precisamos mostrar que o aumento de impostos não eleva receita, que o reajuste artificial de salários gera desemprego, que o aumento nominal de renda é inflacionário e que a inflação reduz o consumo, gera desemprego e fecha empresas”, finalizou. 

Crédito: Dudu Leal