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Setor público debate o ambiente regional para a inovação

O último dia do 2º Congresso Internacional de Inovação, promovido pela FIERGS, por meio do Instituto Euvaldo Lodi, abordou o tema "Ambiente regional para a inovação", intermediado pelo diretor presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Cláudio Gastal, e com a participação de secretários de governo do Rio Grande do Sul.

O primeiro a expor suas visões foi o coordenador do Conselho de Inovação e Tecnologia (Citec) da FIERGS, Ricardo Felizzola, que destacou a qualidade dos profissionais gerados no Estado. "Devemos criar oportunidades para que nossos mestres e doutores fiquem aqui. Por falta delas, nossos recursos humanos qualificados, ainda migram, gerando conhecimento em outros Estados e países", opinou Felizzola. Ele ressaltou a necessidade de se pensar no longo prazo o processo de inovação, citando o exemplo da Coreia do Sul, que iniciou seu plano no final dos anos 60 e hoje colhe o reconhecimento como importante produtor de tecnologia mundial.

Para o diretor técnico do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), Cláudio Teitelbaum, somente com a busca da excelência na gestão é que serão aprendidas diferenças entre inovação, invenção e criatividade. "Além de estimular um ambiente propício para a criatividade, a organização precisa transformá-la em produtos competitivos", comentou. Teitelbaum ressaltou também a importância da inovação na gestão pública e o apoio que o PGQP vem dando a esse setor. Entre os resultados obtidos citou a redução de custos operacionais para gerar retorno financeiro e transforma-los em investimentos pelo governo.

De acordo com o secretário de Justiça e Desenvolvimento Social, Fernando Schüler, os investimentos do Estado em relação à Receita Líquida Corrente (RLC), vêm caindo desde os anos 70, quando esse índice era de 30%. "Em 2000, já havia reduzido para 5%", comparou Schüler. O secretário relembrou que o setor público não acompanhou o processo de revolução gerencial vivido pelas empresas privadas nos anos 90, com os conceitos de reengenharia e qualidade total, somente nos últimos anos tem feito esse exercício. Ele destacou o marco das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), que permite a contratualização de empresas para a prestação de serviços públicos e possibilitam que o Estado se dedique às suas funções de origem. "O que reduz a necessidade de concursos públicos, derrubando gastos", concluiu.

Já o secretário da Fazenda do RS, Ricardo Englert, falou sobre a importância do equilíbrio fiscal obtido durante o governo Yeda Crusius, possibilitando a geração de investimentos. Segundo ele, vem recebendo uma atenção especial a Lei de Inovação e o programa Pró-inovação. "Inicialmente, podemos abrir mão de tributos com a lei, mas, no longo prazo, sabe-se que empresas inovadoras crescem mais que a média, o que dará retorno para o Estado", opinou. O secretário de Ciência e Tecnologia, Artur Lorentz, também destacou o Programa Pró-inovação/RS, reforçando o incentivo à inovação e à pesquisa científica em ambientes produtivos, por meio de investimentos em empreendimentos industriais e agroindustriais, centros de pesquisas e desenvolvimento tecnológico.

O secretário de Educação, Ervino Deon, ressaltou que o conhecimento é a principal ferramenta da inovação. "Se inicialmente a maior preocupação do Estado era colocar as crianças na escola, agora, é oferecer um ensino de qualidade", comentou, destacando a importância de traçar metas de resultados, como as planejadas pelo movimento "Todos pela Educação". O secretário adjunto de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), Josué Souza Barbosa, apresentou as ferramentas oferecidas pela secretaria, como o Fundopem e o benefício da Caixa RS. "Uma terceira opção de financiamento para as empresas do Estado", afirmou.

Ao final do debate, foi lida a Carta do 2º Congresso Internacional de Inovação.

Publicado quarta-feira, 25 de Novembro de 2009 - 0h00