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Tecnologia 4G abre oportunidades para indústrias do Rio Grande do Sul

O Brasil é o quarto maior mercado de mobilidade do mundo, com mais de 260 milhões de conexões ativas. Dessas, 60 milhões são de banda larga móvel. Já o número de brasileiros que utilizam a internet atingiu o recorde nacional de 83,4 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2012. As informações são uma mostra do estágio em que se encontra o mercado de telecomunicações nacional e foram apresentadas pelo presidente da FIERGS, Heitor José Müller, na abertura do VII Seminário de Telecomunicações − Serviços e Acessos. "Haverá um forte ritmo de crescimento até 2014, impulsionado pela Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Portanto, esse seminário faz parte da estratégia de responder às exigências dos consumidores sempre conectados numa sociedade plenamente interativa", declarou Müller. Hoje, o Rio Grande do Sul têm 15 milhões de chips em funcionamento, para uma população de mais de 11 milhões de pessoas.

Promovido pelo Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da entidade, nesta quinta-feira (18), o evento teve como um dos temas centrais a implementação da internet 4G no Estado. De acordo com prazos definidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em edital, Porto Alegre, a exemplo de outras cidades-sede da Copa, deverá receber até dezembro de 2013 a nova tecnologia. Municípios com mais de 100 mil habitantes poderão ter a novidade até o final de dezembro de 2016.

O 4G abrirá mercado para as indústrias de telecomunicação do Brasil e, claro, do Rio Grande do Sul. "Uma das exigências da Anatel junto às operadoras que venceram o leilão está o uso de equipamentos e tecnologias nacionais. As indústrias gaúchas se prepararam para essa demanda", ressalta o coordenador do Grupo Temático de Telecomunicaçõs do Coinfra, Carlos Garcia. No período de 2012 a 2014, 60% dos produtos e tecnologias utilizadas precisam ser produzidas dentro do País. Esse percentual sobe para 65% no prazo de 2015 e 2016 e para 70%, entre 2017 e 2022.

Para que a capital gaúcha receba a tecnologia, será necessário um aumento do número de antenas instaladas. No entanto, um dos empecilhos é a lei municipal que define uma distância mínima de 500 metros entre as torres de telefonia, mas o novo sistema necessita de uma proximidade maior, cerca de 300 metros entre cada unidade. "Uma mudança na legislação será essencial para o sucesso do 4G em Porto Alegre", avaliou gerente regional da Anatel no Rio Grande do Sul, João Jacob Bettoni. Para ele, o compartilhamento das estações, previsto em um termo assinado pelas operadoras, deve ajudar na transição. Na avaliação do presidente da Federação Brasileira de Telecomunicações (Febratel), Hélio Bampi, é necessário que haja uma regulamentação para todo o País. "Nessa modernização de tecnologia, é necessário criar uma lei nacional que desburocratize a implantação das estações radiobase, para unificar as regras", afirma.

Em relação à telefonia móvel rural, as operadoras vencedoras do leilão terão até junho de 2014 para atender 30% dos municípios do País e 100% deles até dezembro de 2015. "O acesso à telefonia e à internet de qualidade é fundamental para mantermos os jovens nas cidades do interior, contribuindo para o desenvolvimento dessas regiões, evitando a migração para as grandes cidades", comentou o presidente da FIERGS.

Publicado quinta-feira, 18 de Outubro de 2012 - 0h00