Confira a entrevista do novo presidente Márcio Port dos Santos para o Blog da Unisind:
Para começar, qual a sua expectativa em relação a essa gestão à frente do Sindicato?
Temos bastante projetos em andamento que queremos dar continuidade. Temos a Escola de Sapateiros, onde a gente já tem mais de mil alunos formados, temos o Menor Aprendiz, que entra junto nessa formação. Também há o projeto Pés no Futuro, no qual buscamos alunos do 9º ano e mostramos as oportunidades que a indústria proporciona, não só as dificuldades, como todo mundo lembra, temos muitas oportunidades. Outra ação é a promoção comercial, na qual somos bem atuantes na questão das feiras promovidas aqui na Serra Gaúcha. Temos o programa Três Coroas Shoes, ao qual a gente monta os coletivos e, hoje, a gente tornou ele até internacional, participando de feiras em outros países como a Itália. Estamos querendo fortalecer todas essas demandas. Também temos algumas pautas como a do Menor Aprendiz, que hoje, com 16 anos, o jovem não consegue ingressar. Queremos ver viabilidades jurídicas sobre esse tema, com o apoio de entidades como a FIERGS e demais sindicatos, uma possibilidade de inserção do jovem, sem comprometer a escolaridade.
Quais os principais desafios atuais do setor em Três Coroas, principalmente, depois das enchentes?
Um dos temas que levamos ao Encontro Nacional da Indústria (ENAI), que participamos em Brasília, justamente, foi o apagão da mão de obra. A nossa região aqui, o Vale dos Sinos e Paranhana, está sofrendo muito com a falta de trabalhadores. Temos a Escola de Modelagem, em parceria com o Senai, escola de CAD, que forma modelistas técnicos. Fazemos todo esse trabalho e essa mão de obra escorre entre os dedos. Hoje, temos em torno de 5 mil colaboradores nos nossos associados e mil pessoas que passaram pela Escola de Sapateiro. Ou seja, temos mais de 20% da mão de obra formal contratada pelos associados formada no nosso curso.
Nesse sentido, por todos esses trabalhos que o senhor está mencionando do sindicato, e qual a importância do associativismo para as indústrias na sua visão?
É muito importante para todas as indústrias. Nós temos uma questão muito forte que é a da sustentabilidade no nosso Sindicato. Hoje,
somos um sindicato que tem indústrias com zero passivo ambiental. Sempre digo, nosso passivo ambiental é só o produto que vai dentro da caixa de sapato – o próprio sapato. Tinha até um Arip (Aterro de Resíduos Industriais Perigosos), onde eram depositados os resíduos, e essa área foi totalmente recuperada. Atualmente, todo resíduo da nossa indústria, o que não é reciclado, é incinerado, se tornando energia. Até o composto dessas cinzas é reutilizado. Duas a três vezes na semana o resíduo é recolhido, é reciclado, o que não é reciclado, vai a Farroupilha pela Renova, que tem um sistema que incinera o produto, transformando em energia e as cinzas reutilizadas no composto de cimentos. Trabalhamos muito forte pelas nossas indústrias e nosso associado se beneficia. Esse acompanhamento ambiental é oferecido a todos associados. Fazemos toda a coordenação, a emissão de documentos, assessoramento para licenças ambientais, damos todo o suporte na questão ambiental. Acompanhamos e antes da empresa realmente ingressar com pedido de licenciamento, por exemplo, ela já sabe tudo o que vai precisar fazer. Vemos a necessidade de equipamentos, conexões de necessidades físicas.
Haveria algum outro serviço qe gostaria de oferecer nessa gestão?
Como trabalhamos com muitas pequenas e médias indústrias, a questão da medicina e segurança do trabalho, é um serviço que queremos incluir. Todas precisam ter e é um custo muito alto quando contrata individualmente. Então, um dos projetos que queremos implementar nesse mandato é prestar esses serviços, demissional, exames periódicos, ter médico à disposição, e os técnicos fazendo procedimentos como o PMCSO e todas burocracias trabalhistas, para que o associado tenha uma segurança jurídica também nessa questão trabalhista.
Eu sei que está começando a sua gestão, mas ao encerrar lá em 2027, qual a conquista que o senhor gostaria de ver realizada?
Na verdade, eu gostaria de retomar o protagonismo das nossas feiras aqui no Estado, que acabou sendo afetada com a criação de duas novas feiras, que até surgiram aqui e agora acabaram em São Paulo. Eu acho que o processo de internacionalização, é o que a gente quer expandir para todo o setor do calçado gaúcho. Acho que, de um modo geral, esses projetos desenvolvidos aqui em Três Coroas, que nascem aqui, a gente desenvolve voltados ao setor. Não tenho a missão de fazer nenhum projeto que o Márcio deixe como legado. Acho que o legado é ver o setor calçadista mais forte daqui a três anos do que está hoje quando assumo.
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