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Negócio bom para investir

Entre as possibilidades de produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, o biogás desponta como uma das estrelas para os planos de investidores grandes e pequenos. Com a popularização da chamada Geração Distribuída de Energia, na qual os consumidores produzem o próprio insumo e ainda podem ceder o excedente para a rede nacional, gerando crédito em sua conta, o avanço tecnológico colabora e torna a ideia viável. Cada vez mais acessível para indústria, comércio, residências e propriedades rurais, as tecnologias estão em pleno desenvolvimento e recebendo investimentos.


No dia 15 de agosto, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), por meio dos Conselhos de Infraestrutura (Coinfra) e de Inovação e Tecnologia (Citec), o Instituto Senai de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia, o governo do Estado e o Sebrae-RS debatem esses temas durante o I Fórum de Geração Distribuída de Energia com Fontes Renováveis no RS – Tecnologia e Inovação. Será na sede da FIERGS, na Avenida Assis Brasil, 8787, às 8h30min. As inscrições são gratuitas e limitadas, podendo ser realizadas pelo endereço https://goo.gl/kM1d1W.

O biogás é o produto resultante da digestão anaeróbia de resíduos orgânicos de origem diversa, tais como: restos de vegetais, frutas e outros alimentos, gorduras, lodo de tratamento de efluentes industriais e residenciais, assim como os resíduos da criação de animais (suínos, aves, bovinos e outros). A possibilidade da transformação desses excedentes para a produção de biogás/biometano se constitui em uma solução ambientalmente correta, que possibilita ao  empreendedor atender a critérios ambientais para a criação desses animais e também um ganho adicional com as diversas formas de aproveitamento do biogás/biometano.

No caso do biogás, há outro interessante viés econômico e sustentável, pois ele pode ser produzido a partir de aterros sanitários e de estações de tratamento de esgoto. Em junho, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou uma resolução que estabelece regras voltadas para o controle de qualidade e a especificação de biometano (o item que é base do biogás). Isso significa que a comercialização do biogás está mais próxima de se realizar, tal como já ocorre com o gás natural, hoje, grande parte importado da Bolívia.

Contexto de mercado e boas perspectivas
Segundo a Associação Brasileira de Biogás e Biometano (Abiogás), a projeção é de que o Brasil chegue em 2030 com condições de produzir 30 milhões de metros cúbicos por dia de biometano, ou seja, um adicional de 40% ao consumo atual de gás natural no País. Para concluir a regulamentação, a ANP desenvolveu pesquisas que comprovaram ser segura a possibilidade de substituição do gás natural, a proteção ao meio ambiente, a integridade dos equipamentos e a proteção à saúde humana. A Abiogás defende que o biometano é a única fonte de energia primária com pegada negativa de carbono. Trata-se de um combustível renovável com oferta em bases firmes e estrutura de preço estável, pois não sofre com oscilações cambiais e com a variação do preço internacional. Assim, o biometano tem muita competitividade frente aos combustíveis fósseis tradicionais como o diesel, no transporte pesado, ou GLP, no uso industrial. 

No Rio Grande do Sul, onde o agronegócio é uma das forças econômicas fundamentais, também a biomassa já desponta como realidade para os investidores. A partir da casca de arroz, uma usina termelétrica na cidade de São Sepé ganha fôlego para produzir. É que o BNDES aprovou a concessão de financiamento de R$ 35,3 milhões. O empreendimento, orçado em R$ 48,6 milhões, tem potência instalada de 8 MW, suficiente para atender cerca de 30,7 mil domicílios. A energia da térmica São Sepé foi contratada no 22º leilão de energia nova, em agosto de 2015. As obras da usina foram iniciadas em julho de 2016 e devem ser concluídas no final deste ano. Localizada na área central do Estado, região agropecuária com grande concentração no plantio de arroz, a térmica vai usar aproximadamente 70 mil toneladas de casca do grão ao ano provenientes de 12 companhias beneficiadoras de arroz nos arredores.

O Fórum tem o objetivo de incentivar a ampliação dos investimentos na área, buscando a convergência entre uma legislação que estimule a produção, reduza os preços da energia, gere mais confiabilidade ao sistema elétrico e ganhos importantes na perspectiva ambiental. Como setor, a possibilidade de criação de novas empresas, startups, desenvolvimento de tecnologias locais e pesquisa junto às universidades, é enorme.
 

Publicado segunda-feira, 31 de Julho de 2017 - 14h14