Você está aqui

Economia da região Sul pode travar sem novos investimentos em gás natural

As Federações das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paraná (Fiep) e Santa Catarina (Fiesc) assinaram na segunda-feira, em Curitiba, um manifesto requisitando ao governo mais investimentos na logística de distribuição de gás natural na região. Em reunião, os presidentes das três entidades, além de empresários e especialistas em energia,  definiram ações urgentes para garantir a ampliação do abastecimento no Sul do País, que vem sendo preterido nas políticas de investimento federal na área de distribuição. "Estamos praticamente travados pela falta de gás natural e, desta forma, perdendo competitividade", disse o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.

Segundo dados do Fórum Industrial Sul, a região usa 4.803,6 mil m³ de gás natural por dia, sendo o setor industrial responsável por 72% deste consumo. E a tendência é crescer. "Essa situação não só inviabiliza o aumento no volume de abastecimento do combustível nos três Estados como dificulta a atração e instalação na região de novas empresas", afirmou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. 

No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a situação é mais complicada porque a rede de distribuição funciona no formato de "telescópio", ou seja, os gasodutos ficam mais finos à medida que avançam, reduzindo os volumes transportados. Para Glauco José Côrte, da Fiesc, a união dos Estados é fundamental para enfrentar a questão. "Nossas convergências serão sempre muito maiores do que nossas divergências", garantiu.

Outro entrave enfrentado diz respeito à falta de terminais marítimos para recebimento de Gás Natural Liquefeito (GNL), que poderiam suprir o aumento na demanda industrial. Recentemente o governo federal iniciou a construção de três novos portos GNL no País, mas nenhum deles na região Sul.

Além do manifesto, as três Federações criaram um grupo de trabalho para estudar outras medidas a serem adotadas. Também irão envolver os governadores e suas bancadas federais. Algumas alternativas foram definidas, como a construção de um terminal de GNL na região Sul; o aumento na pressão do gasoduto Brasil-Bolívia e a exploração e operação de novas reservas no litoral do Sul.

Se não houver isonomia no tratamento, as Federações alertam para as seguintes consequências:

- Comprometimento da expansão industrial e, portanto, da geração de emprego e renda na região

- Redução da competitividade

- Perda de novos investimentos

- Redução da eficiência de processos das indústrias consumidoras de gás natural, que ficam impossibilitadas de aumentar sua demanda

- Falta de confiança nas políticas públicas na área de geração e distribição de energia.

Publicado Terça-feira, 24 de Janeiro de 2012 - 0h00