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Setor de borracha e plástico debate a atualização tecnológica

Além de debater tendências, o XIV Seminário de Atualidades Tecnológicas − Elastômeros, Plásticos e Adesivos, promovido pelo Centro Tecnológico Senai de Polímeros (Cetepo) também abre possibilidades de negócios. O empresário Odilo Deves montou um estande da Intersílica, sua nova indústria. Ele já tinha uma indústria de beneficiamento de arroz em São Borja e resolveu aprofundar um estudo sobre resíduos da produção. "Eu fazia e ainda faço briquetes com a casca do arroz, vendidos para empresas de construção civil. Mas ouvi uma palestra sobre a cinza da casca e suas possibilidades para outros setores da indústria de transformação", conta ele. Visitei a Camil, em Itaqui, que é beneficiadora de arroz e gera energia com a queima da casca, mas não tinha o que fazer com a cinza. Propus montar uma indústria dentro da usina termelétrica, e eles aceitaram", explica Deves. Após estudos e pesquisas, chegou à sílica, o beneficiamento da cinza, que pode ser usado na fabricação de artefatos de borracha. "Em uma peça de borracha, 20% pode ser de sílica", destaca, lembrando que o produto é ecologicamente correto e barato. A Intersílica começou a funcionar no começo deste ano e já tem 22 empresas compradoras. "O produto foi testado no Cetepo Senai, o que deu garantia para os compradores. Já tenho outras 24 empresas que aprovaram a sílica e que devem fechar negócio", disse.

O presidente do Sistema FIERGS, Paulo Tigre, ao abrir o evento, na quinta-feira (24), no Centro de Eventos da entidade, afirmou que após a crise o mundo será outro. "As mudanças já estão ocorrendo. E o Brasil pode sair dessa turbulência numa situação ainda melhor", disse. "Uma das lições que aprendemos é a atualização tecnológica, foco deste evento, que se associa à idéia de que é preciso, cada vez mais, inovar para crescer", lembrou. "Esta cadeia produtiva já incorporou a inovação como fator de competitividade. Hoje, temos a certeza de que o crescimento industrial está associado diretamente à capacidade de inovar", destacou Paulo Tigre.

O segmento de Artigos de Borracha e Produtos de Material Plástico representa 4,08% do PIB da indústria do Estado. De 2001 a 2008, o desempenho do setor cresceu 26,7%, sendo que o faturamento aumentou 40%. As exportações tiveram uma ascensão de 286% no mesmo período. Já Elastômeros e Resinas, integrante do setor químico, representa 4,3% do PIB da indústria gaúcha.

Durante o evento, além de negócios, o setor de polímeros teve oportunidade de debater as tendências deste segmento industrial. O evento é promovido pelo Sistema FIERGS, por meio do Centro Tecnológico de Polímeros Senai (Cetepo), e, através de palestras e debates, busca levar aos participantes as novidades e os avanços tecnológicos do setor. O seminário reúne empresários, técnicos, engenheiros, estudantes, professores, pesquisadores e outros profissionais interessados na área.

Publicado quinta-feira, 24 de Setembro de 2009 - 0h00