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Demanda energética poderá ser lastro para crises econômicas

A futura demanda energética é uma certeza global e foi apontada como um dos principais lastros para que o Estado e o país evitem futuros climas de incertezas econômicas desencadeadas por crises financeiras externas. A afirmação foi feita hoje, 4 de novembro, pelo vice-presidente do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (Ciergs), Antônio Rosso, na abertura do Simpósio Estadual de Agroenergia e 2ª Reunião Técnica Anual de Agroenergia-RS, em tempos que o mundo tenta recuperar-se de abalos no mercado financeiro desencadeados pelos Estados Unidos. O evento é promovido pela Embrapa Clima Temperado, em parceria com a Emater/RS/Ascar, Fepagro e o Sistema Fiergs, até a próxima quinta-feira, no Centro de Eventos da entidade.

Para Rosso, que representou o presidente da Fiergs, Paulo Tigre, na cerimônia de abertura do evento, a importância do sistema produtivo com foco também na produção de biocombustíveis deverá alterar e alavancar o potencial das pequenas unidades rurais gaúchas, fortalecendo ainda mais a produção de alimentos. "É necessário buscarmos caminhos para o desenvolvimento. E a agroenergia é um dos segmentos que compõe a nova economia do Rio Grande do Sul que reúne setores de ponta voltados para o futuro de nosso Estado e do Brasil", conclui.

A previsão de déficit energético e de alta por biocombustíveis combinadas com a atual crise financeira também pautou o discurso do diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio de Franz. Segundo ele, o fato de a produção de grãos ter saltado de 78 milhões de toneladas para 143,9 milhões de toneladas, em dez anos, salvou o país do caos e da inadimplência. "O agronegócio tem sustentado a economia nacional, embora os alimentos ainda não sejam tão bem distribuídos entre a população, é um dos produtos mais baratos do mundo.

Nos próximos dez anos temos o dever de atingir 300 milhões de toneladas de grãos, pelas finanças do Brasil, o meio ambiente e o desenvolvimento social. O mundo necessita que alguém produza alimento", afirmou. "O Estado precisa ocupar este espaço", complementou o presidente da Emater/RS/Ascar, Mário Augusto Ribas.

Já o diretor-presidente da Fundação de Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Benami Bacaltchuk, destacou a necessidade de maior atenção do Rio Grande do Sul ao processamento da cana-de-açúcar para ampliar o uso na indústria e o Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Artur Lorentz, que grandes grupos estrangeiros estão investindo na energia térmica a partir do bagaço da mesma, no Brasil. Também anunciou que está estruturando o Programa Estadual de Biogás, pioneiro no país, que irá transformar dejetos de suínos em gás biometano.

Publicado Terça-feira, 4 de Novembro de 2008 - 0h00