O evento online Copemi no Interior, que teve como tema “gestão e governança nas empresas e instituições financeiras”, nesta quinta- feira, foi iniciativa do Conselho da Pequena e Média Indústria (Copemi), da Unidade de Desenvolvimento Sindical (Unisind) e do Conselho de Articulação Sindical e Empresarial (Conase) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). O objetivo é oportunizar um momento de conhecimento e debate entre os participantes e palestrantes, com a mediação do integrante do Copemi, Rodrigo Petry.
O consultor, professor da Fundação Dom Cabral nas áreas de Estratégia, Governança Corporativa e diretor da Cedem, Volnei Garcia, entre outros temas, abordou os desafios da governança nas empresas familiares, que incluem administração da sociedade, dos investimentos e da competitividade. Citou alguns dos principais desafios que as empresas familiares enfrentam. Um deles é negociar acordo societário. “Na medida em que as famílias pulverizam a questão de estruturação de um acordo societário, aparece o grande mecanismo para definir as regras do jogo. Quase sempre se trabalha isso olhando uma geração para frente. Ou seja, na geração do fundador, já se procura estabelecer um acordo válido para a geração seguinte”, afirma.
Outro ponto é a estruturação e prática da governança. “Não importa se a empresa vai abrir capital ou não, mas se for abrir, vai chamar um investidor, que vai querer que haja um processo de governança estruturado, um conselho funcionando, auditoria, prática de regras de compliance compatíveis com o negócio”, exemplifica. Um terceiro desafio seria estruturar um conselho, por exemplo, que funcione como uma espécie de instância intermediária entre os acionistas e a gestão, composto por acionistas e pessoas externas e eventualmente independentes, que vão tentar não só trazer competências que, às vezes, dentro da família, ou dos blocos de participação da empresa não se tenha. “Também vão funcionar trazendo um pouco mais de profissionalismo para dentro desse processo”, justifica Garcia.
Já o superintendente Executivo do Santander na Região Sul, Vitor D’ávila, trouxe pontos da governança em instituições financeiras. “Essas instituições se diferenciam pela forma como tratam o tema da governança, gestão e administração”, afirma o palestrante. Ele apresentou dados referentes à atuação do Santander, em gestão e diversidade, que inclui: aumento da participação feminina em órgãos de governança, de 29% para 34%; a cultura global de risco, “Risk Pro”, que compartilha a gestão de risco com todos os funcionários, em vez de restringi-la a um departamento; padrões elevados em análise de risco socioambiental, tanto na relação com clientes, quanto com fornecedores, e o investimento massivo em segurança digital. “Até pouco tempo, esse último não era um tema relevante e, hoje, muda completamente o ambiente de negócio. Essa é uma realidade da instituição financeira, mas também de outros empreendimentos”, comenta. D’ávila recomenda que cada representante da empresa tenha muito claro qual é a estratégia do empreendimento e promova essa comunicação.
Confira a live completa na TV FIERGS no YouTube:
