A atividade da indústria gaúcha encerrou 2019 acentuando a tendência negativa registrada nos últimos meses do ano passado. Com a terceira queda consecutiva em dezembro, de 1,6% ante novembro, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) acumulou perda de 6,3% nos últimos sete meses, na série ajustada sazonalmente. Metade disso ocorreu no último trimestre, divulgou a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quarta-feira (12). “O crescimento da demanda foi menor do que esperado e isso contribuiu decisivamente para frustrar a expectativa, que era a de voltar à trajetória de recuperação interrompida no segundo semestre de 2018”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Os componentes associados mais diretamente à atividade industrial tiveram desempenho negativo em dezembro na comparação com o mês anterior. Faturamento real caiu 6,1%, enquanto compras e horas trabalhadas na produção recuaram 2% e 1,7%, respectivamente. Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) teve perda de 1,5 ponto percentual. No mercado de trabalho, a massa salarial real cresceu 2,9% e o emprego se manteve praticamente estável (-0,1%). Na comparação com o mesmo mês de 2018, o IDI-RS caiu 4,5% em dezembro, a terceira retração consecutiva e a sexta nos últimos sete meses.
Com altas em somente sete dos 17 setores analisados, a atividade industrial no RS só não registrou contração em 2019 devido ao crescimento de 8,2% de Veículos automotores (chegou a aumentar 19,6% no acumulado do ano até maio). Destaque positivo ainda para Couros e calçados (4,5%) e Equipamentos de informática e eletrônicos (8,6%). As quedas setoriais mais importantes foram de Máquinas e equipamentos (-6,1%), Químicos e refino de petróleo (-1,6%) e Metalurgia (-8,6%).