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Atividade industrial gaúcha não dá sinais de retomada

Os indicadores da indústria gaúcha referentes a novembro de 2011 demonstram a continuidade do cenário de desaquecimento da atividade. Em relação a outubro, o Índice de Desempenho Industrial (IDI/RS) avançou 0,2% na série livre dessazonalizada, recuperando apenas parte do recuo observado no mês anterior (-0,9%). "Alternando crescimentos e quedas mensais que se anulam, o setor já alcança 20 meses de estagnação", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller.

Para o presidente da FIERGS, não há novidade no diagnóstico que determina o insignificante resultado das indústrias no Estado há quase dois anos. "O cenário desfavorável no mercado internacional tornou a concorrência mais acirrada e alguns obstáculos, amplamente conhecidos no Brasil, que já restringem o desempenho do setor mesmo nos ciclos econômicos mais prósperos, ficaram latentes. Os efeitos combinados da política monetária contracionista, da valorização cambial, somados aos elementos estruturais que corroem a competividade, determinam um espaço cada vez menor para manufaturados produzidos internamente no abastecimento da demanda doméstica e externa", disse. Müller destacou ainda que, mesmo com as medidas de estímulo anunciadas pelo governo, a desvalorização cambial e o afrouxamento da política monetária, há pouca perspectiva de alteração significativa nessa trajetória nos próximos meses.

As Compras Industriais expandiram 1,9% e restauraram metade da forte desaceleração de outubro (-4,0%), sendo também as principais responsáveis pela expansão do IDI-RS em novembro. No entanto, o faturamento fechou negativo em 3%, pela segunda vez consecutiva, o que sinaliza novos acúmulos de estoques e recuos adicionais da produção industrial nos próximos meses. Além disso, a Utilização da Capacidade Instalada (-0,05%) e as Horas Trabalhadas na Produção (+0,01%) ficaram praticamente estáveis. Em relação às variáveis do mercado de trabalho, o Emprego retraiu 0,3%, pela terceira vez em quatro meses, fato que não alterou a trajetória ascendente dos salários pagos, cuja elevação foi de 0,3%. Os setores que apresentaram as maiores reduções foram Tabaco, Químicos, Refino de Petróleo e Álcool, Metalúrgia Básica e Máquinas e Materiais Elétricos. Já os avanços mais importantes vieram de Produtos de Madeira, Alimentos e Bebidas e Produtos Têxteis.

Comparação com 2011 − Na comparação de novembro com o mesmo período do ano passado, a atividade industrial voltou a cair 1,7%, após dois meses seguidos de crescimento. Das seis variáveis que compõem o IDI-RS, quatro recuaram: Compras (-6,6%), Faturamento (-4,8%), Utilização da Capacidade Instalada (-1,3%) e Horas Trabalhadas na Produção (-0,9%). Apenas ficaram positivas aquelas ligadas ao mercado de trabalho: Massa Salarial (+3,1%) e Emprego (+0,7%).

Publicado domingo, 8 de Janeiro de 2012 - 0h00