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O trabalho brasileiro no ensino de robótica foi reconhecido no principal campeonato do gênero, realizado pela First entre os dias 17 e 20 de abril em Houston, nos Estados Unidos. O mundial reuniu mais de 15 mil estudantes de 74 países. Os brasileiros levam para casa prêmios em diversas categorias. Na First Lego League (FLL), em que competem jovens de 9 a 16 anos dos ensinos fundamental e médio, o País conquistou três troféus: primeiro lugar nas categorias Mechanical Design (Design do Robô) – Sesi de Americana, e Gracious Professionalism (Profissionalismo Gracioso) – Sesi de Blumenau, e em segundo em Strategy and Innovation (Estratégia e Inovação) – Sesi de Jundiaí. Na First Robotics Competition (FRC), com jovens de 14 a 18 anos do ensino médio, duas equipes levaram o Rockie All Star – Sesi e Senai de São Paulo, premiação máxima concedida aos iniciantes da disputa. Alunos do Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo (RS), e de escolas públicas de Taubaté (SP) também representaram o Brasil. 

“A robótica é um caminho para ensinar estudantes de todas as idades a programar, uma habilidade essencial, quase um novo idioma que os alunos devem aprender. Além disso, aprendem trabalhando como um time e desenvolvem habilidades para qualquer área que escolherem. Esses alunos serão capazes de estar quase uma década à frente daqueles que não participam de programas de robótica”. A reflexão é do diretor do Centro de Recursos de Educadores da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), Todd Ensign. Ele esteve no Brasil durante o Torneio Sesi de Robótica, que engloba as competições FLL e First Tech Challenge, realizado no Rio de Janeiro, em março, quando concedeu entrevista à Agência CNI de Notícias. A competição classificou os competidores brasileiros para o campeonato em solo norte-americano. 

Atento a essa realidade, o Serviço Social da Indústria começou a investir em robótica educacional, em 2006, como um diferencial de ensino. Uma estratégia para estimular o aprendizado nas disciplinas da área de exatas e, dessa forma, incentivar os alunos a buscarem a área de engenharia como opção de carreira, atendendo assim a demanda do mercado de trabalho, inclusive da indústria 4.0. Uma pesquisa realizada pela consultoria John Snow Brasil com participantes do Torneio Sesi de Robótica da edição de 2018 apontou que 94% passaram a gostar mais de conteúdos de exatas após a participação no torneio. Além disso, metade dos entrevistados afirmou que as notas escolares se elevaram nos últimos 12 meses e 76% acreditam mais em sua capacidade de inovação.  

No Sesi-RS, as crianças de 6 a 12 anos, do contraturno escolar, aprendem brincando noções de programação e robótica. As aulas têm como base um modelo de aprendizagem baseado em tecnologia, na pesquisa e no desafio ético, considerando hipóteses e busca de informações, instigando o pensamento científico. No Contraturno Escolar, as crianças constroem projetos de seu interesse com autonomia, criatividade e motivação para o empreendedorismo. Mais de 6.300 estudantes participam de aulas de robótica no Sesi do Rio Grande do Sul, distribuídos entre contraturno, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos.

A robótica também se estende aos currículos das escolas Sesi de Ensino Médio do Rio Grande do Sul, instaladas nas cidades de Pelotas, Sapucaia do Sul, Montenegro e Gravataí. A tecnologia é uma aliada da proposta pedagógica, que se dá por projetos de pesquisa ativa, estímulo ao desenvolvimento, capacitação e experimentação. “As competições de robótica são facilitadoras da aprendizagem, pois conversam com culturas juvenis e com o raciocínio de competências que atingem às necessidades atuais. Além disso, mobilizam outras qualidades sócio-emocionais que também são necessárias para o desenvolvimento desta nova sociedade”, opina a gerente de Educação do Sesi-RS, Sônia Bier. Cerca de 400 escolas do Sesi de ensino fundamental e médio de todo o Brasil contam com o programa de robótica no currículo, disseminando uma nova educação por todo o País.  

Publicado segunda-feira, 22 de Abril de 2019 - 15h15