O Brasil caminha para se tornar uma nação preferencial para investimentos internacionais pelas condições que possui de produzir energia de forma verde e sustentável, e esta mensagem será levada à 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, que ocorrerá no Egito, em novembro, garante o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Segundo ele, que participou de uma reunião na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nessa sexta-feira, a crise de fornecimento provocada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia cria uma nova geopolítica mundial quando o assunto é energia, e o Brasil, por ser um “país amigo, verde e social” e com custo muito mais baixo, poderá absorver essa mudança na cadeia global de suprimentos.
O ministro lembra que o País tem um grande potencial na produção de energia renovável, como por exemplo na eólica offshore (em alto-mar) e onshore (em terra), nas quais o Rio Grande do Sul tem muito a contribuir. Destaca que, nos próximos dez anos, a ideia do governo é colocar em operação mais 60 parques onshore, ampliando a capacidade de 21 gigawatts já instalados. “O Rio Grande do Sul é um Estado com tecnologia e capacidade industrial para ir na direção da economia verde”, assegura.
Conforme informações do Atlas Eólico do RS, o potencial offshore do Estado, seja sobre as lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira, é de 34 gigawatts, enquanto sobre o oceano, esse potencial pode chegar até 80 gigawatts.
De acordo com o vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (CIERGS), Thômaz Nunnenkamp, as pautas de descarbornização da indústria e hidrogênio verde são estratégicas para a competitividade e o desenvolvimento econômico. “O Rio Grande do Sul, por ter o potencial de geração de energia renovável a partir de fonte eólica e disponibilidade hídrica, reúne as condições para ser um protagonista na produção desta energia que irá contribuir para a redução das emissões de carbono”, afirma.
Para o coordenador do Conselho de Meio Ambiente (Codema) da FIERGS, Newton Battastini, a indústria é parte relevante de uma agenda positiva de retomada do desenvolvimento econômico sustentável do Brasil, capaz de dinamizar um ciclo virtuoso de geração de emprego e renda em direção a uma economia de baixo carbono.
Durante a reunião, os industriais lembraram ao ministro que a Região Nordeste do País recebe incentivos que o Rio Grande do Sul não possui para a produção de energia.