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Burocracia é um dos entraves do processo de inovação

Por que as empresas, de uma maneira geral, investem pouco em inovação no Brasil? Segundo a presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Empresas Inovadoras (Anpei), Maria Angela do Rego Barros, o principal empecilho é a complexidade e a burocracia para ter acesso aos recursos disponíveis. "Argumentam que sobram recursos todos os anos por falta de projetos, mas a complexidade e a burocracia para a elaboração acabam afugentando as empresas", destaca Maria Angela, que foi uma das participantes do debate "Sustentação da gestão estratégica da inovação", realizada na manhã desta segunda-feira (23), durante o 2º Congresso Internacional de Inovação, promovido pelo Sistema FIERGS, por meio do Instituto Euvaldo Lodi.

O presidente do Conselho das Fundações de Amparo á Pesquisa (Confap), Mário Neto Borges, defendeu que o Brasil tem todas as oportunidades para gerir a inovação, trazendo desenvolvimento sustentável, mas precisa colocar como prioridade cinco aspectos: estruturação da relação entre empresas, universidades e governo, investimento em inovação, uma política de inovação coerente, fiscalização adequada e legislação mais moderna. "Precisamos acabar com a burocracia nas agências de fomento e, também, na relação das empresas com as universidades", opina Borges, reforçando a posição da presidente da Anpei. Hoje, o Brasil investe o equivalente a 1% do PIB em inovação − 0,5% do setor privado e 0,5% do público.

Maria Angela ressalta que "o Brasil tem uma janela de oportunidades fantástica", com a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, mas precisará investir em ensino e capacitação profissional para acessar essas oportunidades de forma efetiva. Marcus Coester, diretor do Ciergs e vice-presidente regional da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), também destacou a falta de profissionais qualificados para atender às demandas.

Já o secretário de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Artur Lorentz, relacionou as ações do governo do Estado de incentivo à inovação, como o aumento do orçamento previsto para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), para o ano de 2010, que passará de R$ 10 milhões para R$ 25 milhões. Ele também ressaltou os mecanismos de incentivo à inovação criados pelo governo do Estado, como o Pró-Inovação, que foi lançado pela governadora Yeda Crusius nesta segunda-feira, durante o Congresso de Inovação. "Esses programas, bem como a Lei de Inovação, vão ancorar o trabalho e o desenvolvimento da inovação no Rio Grande do Sul", ressaltou Lorentz. Também participou do debate Gabriela Ferreira, coordenadora de inovação do Fórum de Pró-Reitores do Brasil (Foprop).

O 2º Congresso Internacional de Inovação, que acontece até a próxima quarta-feira (23), conta com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS), PUCRS, Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC), Marcopolo, Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SCT-RS), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), CEEE e Banco do Brasil.

Publicado segunda-feira, 23 de Novembro de 2009 - 0h00