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Indicação Geográfica confere credibilidade para a produção

No Rio Grande do Sul, a indústria já apresenta avanços com a regulamentação de origem em relação ao Vinho do Vale dos Vinhedos e à Carne do Pampa Gaúcho. E já estão encaminhados pedidos para as indicações geográficas (IG) dos doces finos de Pelotas, do arroz do Litoral Norte e do couro acabado do Vale dos Sinos. O tema foi discutido no Simpósio Internacional sobre Indicação Geográfica, realizado na quarta-feira (8), na sede da FIERGS.

O presidente da FIERGS, Paulo Tigre, afirmou, ao abrir o evento, que a IG confere credibilidade ao processo de produção, pois incorpora, além dos fatores naturais e humanos, tecnologia, tradição e cultura. "Este pode ser o diferencial dos requisitos de qualidade de um produto fabricado em determinada região", concluiu ele. As outras duas são Café do Serrado e Cachaça de Paraty. O simpósio, promovido pelo Sistema FIERGS, por meio do IEL-RS, Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e PUC-RS, integra o Programa de Educação Empresarial do Instituto Euvaldo Lodi e tem seqüência nesta quinta-feira (9).

A coordenadora do Escritório de Transferência e Tecnologia (ETT) da PUC-RS, Marli Ritter dos Santos, disse que as Indicações Geográficas contam com um conjunto de impactos positivos. "Há maior facilidade na comercialização, no acesso aos mercados, e também nas melhorias sociais como oferta de emprego e aumento do turismo naquela região", disse ela, lembrando que o evento é um momento importante para se discutir e progredir no assunto.

A proteção das denominações tradicionais de produtos brasileiros e regionais, a criação de nomes para produtos brasileiros diferenciados e a promoção de regiões produtoras ou tradicionais são alguns dos valores agregados por meio de IGs, afirmou o presidente do INPI, Jorge Ávila. Conforme ele, é importante pensar nas oportunidades, olhar os produtos tradicionais ou que tenham origem na região e adaptá-los aos mercados internacionais. Ávila também defendeu a simplificação de regras para o uso de IGs, assim como a remoção de obstáculos. "Um exemplo é terminar com a obrigação do uso do nome do local", declarou.

Entre as oportunidades já detectadas pelo INPI estão os setores de bebidas, alimentos, serviços de turismo, artesanato, produtos industriais tradicionais, produtos amazônicos, flores e rochas ornamentais. "Este ano temos quatro Indicações Geográficas, no próximo pretendemos ter 40", concluiu Ávila.

Publicado quarta-feira, 8 de Outubro de 2008 - 0h00