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Indústria gaúcha reduz expectativas

Excesso de estoques, ociosidade elevada e redução de empregos, apesar do aumento da produção no setor em maio, foram os problemas detectados na pesquisa da Sondagem Industrial RS, divulgada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quarta-feira (28). Este cenário, aliado à indefinição na crise política, piora as expectativas de crescimento da demanda para os próximos seis meses.


Entre maio e junho, o índice de expectativas caiu de 55,4 para 54,1 pontos, embora, ao permanecer acima dos 50, indique ainda haver otimismo. Os empresários também planejam intensificar a redução do quadro funcional (de 48,9 para 48,2). “Com tanta instabilidade, incerteza com o quadro político e adiamento das reformas fundamentais para o País, a intenção de investimentos do empresário para os próximos seis meses diminuiu. Fica difícil iniciar novos projetos com tamanha insegurança”, explica o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. Já as perspectivas de expansão das compras de matérias-primas (53,6 pontos) não se alteraram. Destaque para a alta de 2,1 pontos no indicador de exportações (57,4 pontos), que foi o maior desde abril de 2016 (57,6 pontos).

A Sondagem apontou ainda que os empresários gaúchos estão repensando o planejamento para investimentos nos próximos seis meses. O índice ficou em 46,6 pontos em junho, uma redução de 2,1 na comparação com maio. Isso significa que a parcela de empresas dispostas a investir, que já era minoritária, ficou ainda menor.

MAIO
Em relação à produção de maio, o indicador cresceu bastante, foi de 52,7 pontos, ante 40,4 de abril. É a primeira vez desde 2013 que este item cresce no mês de maio. A diferença de quatro dias úteis a mais do que abril explica grande parte desse desempenho. No mesmo período, o indicador de emprego, por sua vez, cresceu de 48,3 para 48,9 pontos, mostrando um recuo menos intenso que o observado em abril.

O que segue como preocupação aos empresários são os estoques, que continuaram crescendo, e acima do planejado pelas empresas em maio. O índice de evolução mensal foi de 53 pontos, mostrando expansão relativamente a abril. Já o índice de estoques efetivos em relação aos planejados caiu de 52,7 para 52,3 pontos, mas ainda revelou acúmulo indesejado. 

O período de coleta da pesquisa foi de 1º a 12 de junho, já refletindo o impacto da crise política gerada pela delação da empresa JBS.
 

Publicado quarta-feira, 28 de Junho de 2017 - 15h15