A atividade industrial gaúcha teve queda de 1,3% em novembro perante outubro, depois de duas altas consecutivas. Ainda assim, houve uma elevação de 5,5% em comparação com o mesmo mês de 2023, segundo o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta quinta-feira (23) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). “Mesmo com essa queda pontual, continuamos em um movimento lento e constante de recuperação no Estado. O cenário econômico apresenta fatores favoráveis ao desempenho do setor, como o crescimento da demanda interna, o aumento da renda, a redução do desemprego e a baixa nos estoques, aliados aos esforços de reconstrução do estado”, diz o presidente da FIERGS, Claudio Bier. “Mas existem fatores restritivos, como a incerteza em relação aos problemas fiscais do País, que continuam a comprometer a confiança dos empresários na economia brasileira”, analisa Bier. Além disso, a instabilidade cambial, a inflação e o aumento das taxas de juros também impactam negativamente o desempenho da indústria.
O IDI-RS agrega seis indicadores com o objetivo de medir a atividade industrial no RS. De outubro para novembro de 2024, o principal indicador responsável pela queda foi o faturamento real, com retração de 3,1%. Entre os demais componentes que apresentaram recuo, a massa salarial real (-1,3%) e as horas trabalhadas na produção (-0,2%) também aparecem, enquanto avançaram as compras industriais (+2,8%), o emprego (+0,3%) e o grau médio de utilização da capacidade instalada (UCI), de 81,0% para 81,4%, com os ajustes sazonais. “Depois de dois meses de altas seguidas, a atividade industrial gaúcha voltou a cair em novembro em 1,3%, devolvendo parte dos 3,4% de crescimento acumulado nestes dois meses anteriores, o que nos fez retornar ao mesmo patamar de julho de 2024”, enfatiza o presidente da FIERGS. “A perspectiva para a atividade industrial do RS nos próximos meses é de continuidade do processo de recuperação cíclica, ainda que lentamente e com oscilações”, conclui.
COMPARAÇÃO ANUAL
No acumulado do ano (janeiro a novembro), o índice registrou taxa positiva pela primeira vez em 2024, com 0,3%, frente ao mesmo período de 2023. Mesmo com o resultado quase nulo, ele reflete os desempenhos diferentes nos indicadores, mas todos com tendência de melhora: aumento da massa salarial real (+3,0%) e da UCI (+1,7 p.p.), estabilidade do faturamento real e das compras industriais e diminuição das horas trabalhadas na produção (-1,1%) e do emprego (-0,8%).
Entre os segmentos, os destaques positivos foram Veículos automotores e Móveis, com crescimento de 13,2% e 9,0%, respectivamente, enquanto os negativos ficaram com Máquinas e equipamentos (-11,1%) e Couros e calçados (-2,7%). O nível de atividade da indústria gaúcha recuperou-se rapidamente das enchentes de 2024 e opera, desde julho do mesmo ano, nos patamares anteriores a maio. No entanto, ainda encontra grandes dificuldades de manter a tendência de crescimento.