Inovação aberta em pequenas e médias indústrias é tema de debate no último dia da Mercopar
No último dia de atividades da 34ª Mercopar — maior feira de inovação industrial da América Latina —, foi promovido um debate sobre inovação aberta, modelo de desenvolvimento que estimula a colaboração entre empresas e parceiros externos para atender demandas tecnológicas e de inovação. O painel ocorreu nesta sexta-feira (17), no Centro de Feiras e Eventos Parque da Uva, em Caxias do Sul.
A especialista em inovação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), Monica Bortoli, falou sobre como o Sistema FIERGS vem atuado para mudar a cultura com pequenas e médias empresas com a adoção de novas práticas de inovação aberta.
Segundo ela, o objetivo é criar uma mentalidade voltada à colaboração e à experimentação, aproximando a indústria de startups e centros de pesquisa. “Nosso objetivo é que os empresários possam compreender o que é inovação aberta e consiga transformar em cultura”, explicou. “Os institutos de inovação do Senai-RS já vêm há alguns anos atuando não só com pesquisa e desenvolvimento, mas também com o aprendizado dessas indústrias.”
Além disso, citou a criação do Center for Embedded Devices and Research in Digital Agriculture (Cedra), desenvolvido pelo Sistema FIERGS em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). O instituto é voltado para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias na agroindústria brasileira. “Estamos buscando aproximar cada vez mais esses mundos, porque a indústria entende os modelos de negócio, e as startups trazem o olhar da inovação”, concluiu.
Monica também ressaltou que a inserção das pequenas e médias empresas em redes de inovação não depende necessariamente de grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento, mas sim de colaboração e articulação entre companhias com desafios semelhantes.
“Temos tentado quebrar uma barreira muito grande, que é unir empresas que têm o mesmo problema”, explicou. Segundo ela, o papel do Sistema FIERGS é justamente fomentar esse encadeamento produtivo, estimulando parcerias que aproveitem recursos e conhecimentos já existentes. “Muitas vezes, as empresas têm os recursos, mas têm medo de arriscar. Quando elas se conectam, conseguem se ajudar mutuamente e avançar juntas”, afirmou.
Já o colunista no MIT Sloan Review Brasil, Paulo Emediato, falou sobre a demanda crescente por inovação e a incerteza que parte das indústrias têm em relação a investimentos no futuro. “No entanto, sobretudo com todas as transformações de inteligência artificial e tudo que a gente tem visto pelo mundo, é fundamental que se desenvolva não só a capacidade de balancear os nossos portfólios de investimento, fortalecer a nossa visão de longo prazo e promover a requalificação de todos os nossos colaboradores”, destacou. A mediação do painel foi realizada pelo gerente de Inovação do Sebrae-RS, Carlos Eduardo Aranha.
A Mercopar é promovida pelo Sebrae-RS e pelo Sistema FIERGS.


