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PIB brasileiro deve crescer 4,3% e o gaúcho, 4,4% em 2008

A demanda interna aquecida foi o destaque de 2007 na economia brasileira, motivada pela melhora do emprego, da renda e do crédito. A influência é direta sobre o PIB, previsto para o ano em 4,6%. O Rio Grande do Sul também sentiu os reflexos positivos, aliados à boa safra agrícola, à queda dos juros e à dinâmica positiva das exportações, o que explica a previsão de 5,6%. Este cenário deverá permanecer em 2008, quando o PIB projetado é de 4,3% para o país e 4,4% para o Estado. Os dados foram divulgados pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, nesta terça-feira (4), durante a apresentação do balanço e perspectivas da economia, na sede da entidade.

De acordo com o industrial, a economia gaúcha continuará a sua trajetória de recuperação verificada ao longo de 2007. "As boas perspectivas para o agronegócio, serão fundamentais para manter aquecida a demanda por matérias-primas e bens de capitais produzidos aqui", explica. Para 2008, a indústria total deve crescer 4,9%, os serviços 4,2% e a agropecuária 3,5%.

O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) pode chegar a 4,5% em 2007, sendo puxado por máquinas e equipamentos (16,1%), veículos automotores (10,7%) e metalurgia básica (8,3%). Em 2008, o percentual de aumento projetado é de 6%, influenciado pelos mesmos segmentos deste ano, além de produtos de madeira, borracha e plástico, vestuário, aparelhos e materiais elétricos. "Por enquanto estamos apenas recuperando as perdas dos dois últimos anos. Em 2006, por exemplo, o IDI teve um desempenho negativo de 8,9%", alerta o presidente da FIERGS.

Em relação aos empregos formais gerados, o Brasil contabilizará 1,4 milhão de novas vagas até o final deste mês e o Rio Grande do Sul, 76 mil. No próximo ano é esperada a abertura de 1,3 milhão de postos de trabalho pelas empresas brasileiras, enquanto as gaúchas devem responder por 68 mil.

Os estudos da FIERGS também indicam que a política econômica do governo federal deve seguir na trajetória de queda moderada dos juros. A previsão é de que o ano será encerrado com uma taxa de 11,25%. Já a projeção para 2008 é de 10,25%. A expectativa é de que, nesse cenário, o câmbio tenha uma estabilidade: R$/US$ 1,94, em 2007, e R$/US$ 1,80, em 2008. A inflação deve ficar aquém da meta de 4,5% no ano que vem.

No mercado externo, as exportações e importações gaúchas apontam para um resultado de US$ 14,8 bilhões e US$ 9,7 bilhões, respectivamente em 2007. Para o próximo ano, é esperado que as vendas externas sejam de US$ 16,6 bilhões e as compras de US$ 11,2 bilhões. "As exportações estão aumentando, mas menos do que as importações devido ao movimento de valorização do câmbio", explica Tigre.

No cenário econômico internacional, o desempenho mundial está sendo puxado para cima pela China, Índia e pelo Brasil. Em 2007, o total de países emergentes deve fechar o ano com uma evolução 8,1%, enquanto as economias avançadas (EUA, Alemanha, Itália, França, Espanha, Japão, Reino Unido e Canadá) com apenas 2,5%. A performance global ficará em torno de 5,2%. "A maioria das nações emergentes soube aproveitar a bonança de capitais nos últimos cinco anos e reduziu a dependência externa com o pagamento de dívidas indexadas a outras moedas", destaca o presidente da FIERGS. Os riscos que permanecem são o preço do petróleo em ascensão, a aceleração inflacionária e a crise no mercado americano de crédito subprime.

O país poderia apresentar taxas de crescimento mais significativas se projetos estruturantes, como o PAC, fossem acelerados. "Se podemos tirar uma lição econômica de 2007 e do que nos espera em 2008, essa teria como base as conseqüências da ausência de visão de longo prazo. Além disso, a não votação de temas importantes para o país, como as reformas previdenciária, tributária e trabalhista reduzem a capacidade de crescimento sustentável", conclui Tigre.

Publicado Terça-feira, 4 de Dezembro de 2007 - 0h00