Colocando em pauta o papel da tecnologia no futuro do agronegócio, o estande do Sistema FIERGS na 48ª Expointer desenvolveu uma programação especial vinculada ao programa Indústria do Amanhã na tarde desta quinta-feira (4). Com temas que foram desde a robótica até a inteligência artificial, o espaço da entidade foi o ponto de encontro de players do setor, mostrando a potência de um dos maiores ecossistemas de inovação do Brasil.
Para o presidente do Sistema FIERGS, Cláudio Bier, essa iniciativa atua para formar e reter talentos, mostrando um chão de fábrica que ruma à sua modernização. “Essa parceria representa a coragem e a energia que carregamos na FIERGS. Com ela vamos gerar valor, emprego e renda, trazendo mais protagonismo ao estado”, destacou Bier, ressaltando que o programa levará inovação a todas as regiões gaúchas, em especial para as pequenas e médias indústrias.
Parceiro do Sistema FIERGS na implantação do programa, diretor-executivo do Instituto Caldeira, Pedro Valério, destacou o potencial transformador que se desenha para o setor industrial gaúcho. “O Indústria do Amanhã é uma iniciativa que cria e materializa caminhos para que as fábricas do nosso estado consigam se conectar com o amanhã. Ele trata, especialmente, de ampliar a competitividade das nossas empresas diante de um cenário de tantas transformações trazidas pelas novas tecnologias”, descreveu.
A diretora-geral de Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, Susana Kakuta, reforçou o compromisso da atual gestão com as 52 mil indústrias do estado, responsáveis por 855 mil empregos. “Atuamos de acordo nossos pilares, liderando essa pauta que é fundamental para o futuro da indústria gaúcha. Estamos otimistas de que conseguiremos progredir ainda mais nesse objetivo”, ressaltou Susana.
O painel dedicado às competências para agricultura digital abriu a programação com a participação do CEO da Falker, Marcio Albuquerque, do CEO da Novus, Marcos Dillenburg, e do cientista-chefe do Center for Embedded Devices and Research in Digital Agriculture (Cedra), Carlos Eduardo Pereira. Mediados pelo gerente de Tecnologia e Inovação do Senai-RS, Victor Gomes, os participantes abordaram os impactos positivos do fomento à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação (PD&I) para o fortalecimento da agroindústria brasileira.
Albuquerque destacou que o Brasil é referência no setor de agronegócio e que a manutenção desse posto passa pelo investimento contínuo em tecnologia. Dillenburg relatou que o maior entrave do assunto, atualmente, é a escassez de competências e de interessados em investir nesse setor. O momento também destacou o novo investimento do Sistema FIERGS em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o Cedra. Trata-se de um centro de competência voltado à concepção de tecnologias inéditas (deep tech) para o agro. “Entendemos que é necessário desenvolver as competências para que esse segmento seja mais forte”, ressaltou Gomes.
Dividindo o palco com o engenheiro de qualidade da John Deere, Claiton Barbosa, a líder da equipe de robótica Indústria do Amanhã e ex-aluna da Escola Sesi de São Leopoldo, Lulu da Robótica, 20 anos, trouxe a temática para o centro do debate, apresentando-a como uma vertente para a formação de prodígios para a indústria. “A robótica ainda é um tema novo para os gaúchos e, como tudo o que é novo, assusta. Mas pelos impactos que ela pode gerar na vida dos alunos, vale o desafio de encará-la”, afirmou Lulu.
Para Barbosa, o tema deve ser visto como ferramenta para transformar a sociedade, pois desenvolve as habilidades técnicas e comportamentais das pessoas. “Pode ser uma ponte entre a educação e a indústria”, afirmou, ressaltando que o investimento do setor em escolas públicas será vital para o seu futuro.