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Atividade industrial gaúcha tem desempenho zero no ano

O Índice de Desempenho Industrial do RS (IDI-RS) de janeiro a agosto ficou estagnado ao registrar um desempenho de zero por cento, em relação ao mesmo período do ano passado. "A apreciação do real frente ao dólar, em um cenário de crise internacional, inibiu as exportações industriais gaúchas e intensificou a concorrência no mercado interno com produtos importados, assim como a política monetária restritiva desacelerou a demanda interna", explicou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao divulgar o levantamento nessa quarta-feira (5).

O industrial destacou ainda que os elevados estoques continuam sendo uma forte preocupação. De acordo com a Sondagem Industrial da FIERGS, para 30,7% dos entrevistados o acúmulo de produtos finais voltou a crescer em agosto. "Os resultados indicam que o momento e as perspectivas para a indústria ainda estão longe de serem favoráveis", avaliou Müller, alertando que a nova fase da crise mundial e seus desdobramentos sobre a economia brasileira mantém elevada a incerteza, abalando a confiança dos empresários.

No acumulado do ano, as variáveis ligadas à produção foram as que mais retraíram: Compras (-3,9%), Faturamento (-2,8%) e Utilização da Capacidade Instalada (-0,1%). Obtiveram elevações os salários pagos (3,8%), as contratações de trabalhadores (2%) e as horas trabalhadas na produção (1,1%).

Os piores resultados setoriais vieram de Tabaco (-11,9%), Máquinas e Material Elétrico (-7,7%), Têxteis (-5,3%), Máquinas e Equipamentos (-3,9%) e Metalurgia Básica (-2,4%). Os maiores avanços foram registrados em Material Eletrônico (20,4%), Veículos Automotores (13,1%), Químicos e Refino de Petróleo e Álcool (2,2%), Móveis (2,1%) e Couro e Calçados (1,7%).

Agosto/julho − O IDI-RS obteve um tímido avanço de 0,5% em agosto, na comparação com julho, sem os efeitos sazonais. O crescimento, apesar de ter sido o segundo consecutivo, não foi suficiente para recuperar as perdas de acumuladas de 4,2% do segundo trimestre.

Nessa base de comparação, das seis variáveis que compõem o IDI-RS, quatro apresentaram resultados negativos: Massa Salarial (-1,8%), Faturamento (-0,6%), Utilização da Capacidade Instalada (-0,1%) e Emprego (-0,1%).

Ficaram positivas as Compras (3,9%) e as Horas Trabalhadas na Produção (1%), em decorrência da preparação das indústrias para as vendas de final de ano. Entre os setores que mais adquiriram insumos e matérias-primas apostando no aumento da demanda estiveram Vestuário e Acessórios (43,7%), Couros e Calçados (15,4%), Veículos Automotores (14%) e Alimentos e Bebidas (10,2%).

Publicado quarta-feira, 5 de Outubro de 2011 - 0h00