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Confiança do empresário gaúcho segue em baixa

O Índice de Confiança do Empresário Industrial no Rio Grande do Sul (ICEI-RS), divulgado nesta terça-feira (28) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), sinaliza que a crise internacional ainda influencia a percepção dos empresários. O indicador, medido trimestralmente, atingiu os 47 pontos e, embora tenha aumentado em comparação com a última pesquisa divulgada em janeiro, o resultado é o pior para o mês abril em toda a série histórica iniciada em 2001. Os valores ficam no intervalo entre 0 e 100 pontos e, abaixo de 50, indicam pessimismo. "O sentimento negativo do industrial gaúcho reflete, em grande parte, as dificuldades conjunturais que o setor enfrenta. Porém, a relativa melhora sobre a pesquisa anterior deixa antever que o pior da crise já tenha passado", afirmou o presidente da FIERGS, Paulo Tigre.

A confiança é impactada principalmente pela percepção dos industriais gaúchos no que se refere às condições atuais da economia brasileira, que é bastante negativa, ficou em 30 pontos, de um total de 100. Para 93% dos entrevistados, a situação piorou desde outubro do ano passado. Por outro lado, quando a pergunta é sobre as perspectivas para os próximos seis meses, o levantamento detectou que os empresários estão mais otimistas. O índice de expectativas registrou 55 pontos, quatro pontos acima do resultado atingido em janeiro.

Sondagem - O pessimismo do empresário gaúcho aparece não apenas no indicador de confiança ICEI-RS, mas também é reforçado pelos resultados da Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul relativa ao primeiro trimestre de 2009. De acordo com o levantamento, o volume de produção atingiu 29 pontos, o resultado é o mais baixo da série histórica iniciada no último trimestre de 2000 e reflete o momento difícil vivido pela indústria do Estado. Dentro deste indicador, 75,6% dos industriais responderam que a produção caiu nos três primeiros meses do ano, em comparação com os últimos três meses de 2008.

A pesquisa mostra ainda que os principais problemas enfrentados pelas indústrias gaúchas estão concentrados na falta de demanda (na opinião de 67,8% dos entrevistados), elevada carga tributária (54,8%), na competição acirrada de mercado (42,6%) e nas taxas de juros elevadas (32,2%). "Os motivos apontados pelos empresários estão alinhados com a questão da competitividade. É natural esperar o apontamento da falta de demanda e competição acirrada em um cenário de crise e de políticas protecionistas em alguns mercados. Por outro lado, a elevada carga tributária e os juros altos prejudicam ainda mais a competitividade do industrial no cenário externo, e limitam nossa capacidade de enfrentar a crise mundial", salientou o presidente da FIERGS, Paulo Tigre.

Em relação aos empregos, a avaliação dos entrevistados para o primeiro trimestre de 2009 é pouco animadora, situando-se nos 35 pontos, já a expectativa para os próximos meses é um pouco melhor (45 pontos), embora ainda permaneça abaixo dos 50 pontos (pessimismo). Neste item, 56,5% dos entrevistados afirmaram que o número de empregados diminuiu, e apenas 5,2% responderam que o quadro funcional aumentou, nessa base de comparação.

Apesar dos resultados demonstrarem pessimismo para os próximos seis meses em relação à demanda e à compra de matérias-primas (ambas com 47 pontos), o resultado está 10 pontos acima da pesquisa anterior. As exportações também devem continuar em queda, na avaliação dos entrevistados (42 pontos).

Publicado Terça-feira, 28 de Abril de 2009 - 0h00