Você está aqui

Estudo da indústria aponta oportunidades de negócios na América do Sul

Presidente da FIERGS, Paulo Tigre, entregou documento ao Itamaraty

Mercado em expansão e que representa quase 20% do total das exportações brasileiras, a América do Sul esteve em debate durante seminário promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta-feira (28) em São Paulo, na sede da Abimaq. O presidente da FIERGS e do Conselho de Integração Internacional da CNI, Paulo Tigre, representou o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, na abertura do evento, que contou com representantes de ministérios e do governo federal, autoridades, empresários e executivos de empresas brasileiras que atuam na região.

Em seu discurso, Paulo Tigre explicou que a indústria brasileira decidiu aprofundar os estudos sobre a região, buscando a identificação clara dos interesses em relação aos mercados sul-americanos. "Após o forte retrocesso verificado no período 1988-2002, esses países vêm retomando seu espaço. Atualmente, os sul-americanos respondem por 19,4% das exportações nacionais, com uma taxa de crescimento maior do que a verificada pelas vendas totais para o mundo".

Em relação à composição da pauta, só o grupo de produtos manufaturados representa mais de três quartos das vendas para o Continente", destacou Tigre, lembrando que a CNI, desde seu planejamento estratégico para 2007, havia definido a América do Sul como projeto prioritário. "Especificamente para a indústria de bens de capital do Brasil, a região responde por 28,5% das vendas externas, demonstração clara dos países vizinhos para esse segmento", destacou o presidente da FIERGS.

Tigre também participou como moderador do painel "Interesses empresariais brasileiros no comércio de bens na América do Sul". Os resultados foram apresentados pelo economista-chefe da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), Fernando Ribeiro. Ele debateu com Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee); com Cláudio Borges, diretor técnico da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex/Brasil); e com Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Durante o seminário, foi divulgado estudo da CNI sobre outros interesses do setor privado na América do Sul. Além de evidenciar a importância da pauta de exportação de produtos industriais do país para seus vizinhos, o trabalho analisa o crescente comércio de bens, serviços e os investimentos diretos das empresas brasileiras na região. Paulo Tigre passou às mãos do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, Secretário Geral do Ministério das Relações Exteriores, um conjunto de propostas, antecipando que os resultados deste encontro serão, posteriormente, encaminhados também ao Itamaraty, MDIC e Fazenda, bem como às demais autoridades interessadas no tema. Foram debatidas também as prioridades e estratégias para definição de uma agenda empresarial brasileira para o continente.

"Quanto ao comércio de serviços, a América do Sul situa-se como um espaço relevante para a estratégia das empresas, especialmente em setores importantes para a exportação e internacionalização da indústria. Mesmo considerando mercados como os Estados Unidos e a União Européia, o setor de serviços deve priorizar a região acompanhando as tendências verificadas no comércio de bens e nos investimentos", observou Tigre.

O estudo, disponível no site www.cni.org.br, fundamenta a recomendação da CNI para a estratégia de negociações internacionais com os países da América do Sul, que deve ser adotada pelo governo. Faz recomendações para o setor de comércio (mais promoção), para o setor de serviços (melhor regulamentação para áreas como transportes) e para os investimentos (eliminação de obstáculos legais)

José Antonio Martins, vice-presidente da Marcopolo, também participou de um painel do evento, sobre os os investimentos diretos brasileiros nos países sul-americanos.

Publicado quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2008 - 0h00