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FIERGS quer mais medidas para normalizar comércio com a Argentina

O posicionamento do setor industrial gaúcho em relação às barreiras argentinas foi encaminhado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, na sexta-feira (12).

No documento, o presidente da FIERGS, Paulo Tigre, solicita ao Ministério e à sua Câmara de Comércio Exterior (Camex) medidas urgentes para a retomada da normalidade. As estimativas são de que 12% dos embarques gaúchos estão no grupo de produtos afetados pelo licenciamento não-automático imposto pelo país vizinho, ou seja, um montante de vendas superior a US$ 200 milhões. Com isso, estão sendo afetados 8 dos 10 principais segmentos exportadores do Estado, entre eles máquinas agrícolas, móveis, metal-mecânico, calçados, automotivo e alimentos.

O Rio Grande do Sul compra mais do que vende para os argentinos e em 2010, por exemplo, acumulou um saldo negativo na balança de US$ 1,8 bilhão. O Brasil, ao contrário, é superavitário e gerou no ano passado um saldo positivo de US$ 4 bilhões.

Para acompanhar as dificuldades do intercâmbio e seus impactos, a FIERGS criou o Sistema de Monitoramento das Barreiras Argentinas (Simba). O objetivo é detectar e avaliar os gargalos enfrentados através de levantamento de dados, sondagens e consultas diretas a empresas. Segundo o presidente da entidade, Paulo Tigre, das informações apuradas, o que mais preocupa é que algumas indústrias já estão sendo obrigadas a demitir funcionários e, ao mesmo tempo, 8% delas planejam transferir sua produção e operações. "São empresas e empregos brasileiros e gaúchos que estamos perdendo", destacou Tigre na carta encaminhada ao ministro Fernando Pimentel.

Com esse sistema, que abrange as licenças não-automáticas, a não-liberação de autorização de comercialização, os subsídios, como o "Reintegro", e as barreiras aduaneiras, será possível defender pontualmente os interesses da indústria gaúcha com o governo federal e os parlamentares.

A FIERGS tem atuado junto ao MDIC para reforçar a posição do setor industrial frente a esse problema. A entidade também está integrada ao grupo técnico de trabalho da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais, da Assembleia Legislativa, criado para aprofundar os temas relacionados ao bloco Mercosul, visando produzir e encaminhar propostas para solução de controvérsias.

Publicado sexta-feira, 13 de Maio de 2011 - 0h00