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IDI-RS mantém queda no início do segundo trimestre

O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) continua a decepcionar e apresentou a segunda queda consecutiva, aponta o levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quinta-feira (2). O recuo em abril, em relação a março, foi de 0,9%, o menor nível da série dessazonalizada, iniciada em 2003. O resultado manteve a tendência já apontada no mês anterior, na comparação com fevereiro (-1,3%). “A trajetória recessiva da indústria gaúcha prossegue. O novo declínio e o novo recorde negativo do índice de atividade no mês demonstram que o cenário para o setor ainda é muito adverso”, alerta o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
 
De acordo com o industrial, o principal entrave é a demanda doméstica baixa, aliada ao desemprego em alta, à falta de confiança generalizada em empresários e consumidores e à incerteza política, que embora menor, ainda persiste. “Os poucos sinais positivos se restringem ao ajuste de estoques e ao pequeno avanço no setor externo, mas insuficientes para reverter a tendência no curto prazo”, diz Müller.
 
Quatro dos seis componentes do IDI-RS caíram ante março, dois deles a níveis históricos: o emprego (-0,7%) recuou pelo 15º mês consecutivo e o faturamento real (-0,5%) registrou a quarta queda em cinco meses. Já as horas trabalhadas na produção, que reagiram nos últimos três meses, voltaram a cair (-1,8%) e a massa salarial real (-0,8%) recua ininterruptamente há 13 meses. A utilização da capacidade instalada (-0,1%) e as compras industriais (0,1%) ficaram estáveis.
 
OUTROS PERÍODOS
O quadro dos indicadores industriais do Rio Grande do Sul não se altera quando levados em conta outros períodos para a comparação dos resultados. No acumulado entre janeiro e abril de 2016, a perda foi de 7,5% ante os quatro primeiros meses de 2015. O faturamento real recuou 11,6%, as compras industriais, 11,3%, e as horas trabalhadas na produção, 5,5%. A UCI registrou estabilidade. Os indicadores relativos ao mercado de trabalho - emprego e massa salarial -, caíram 8,9% e 11,2%, respectivamente. O recuo da atividade no quadrimestre ocorreu em 15 dos 17 setores analisados. As principais contribuições negativas vieram de Veículos automotores (-14,6%), Máquinas e equipamentos (-15,9%) e Produtos de metal (­12,5%).
 
Já se for comparado abril com o mesmo mês do ano passado, o IDI-RS desabou 7,6%. Nessa base, o ciclo recessivo do setor registra recorde de 26 meses.
 
Publicado quinta-feira, 2 de Junho de 2016 - 15h15