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Indústria gaúcha cresce pelo terceiro mês consecutivo

A atividade industrial gaúcha cresceu pelo terceiro mês consecutivo e avançou 1,4% em julho, em relação a junho, descontados os efeitos sazonais. "Os resultados estão refletindo uma retomada do setor, porém ainda tímida diante do forte impacto da crise. Foi um choque muito intenso e rápido, e sua recuperação está ocorrendo de forma lenta e gradual", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao avaliar o Índice de Desempenho da Indústria do Estado (IDI-RS), divulgado nesta segunda-feira (31). Ainda na comparação com o mês respectivamente anterior, maio e junho já haviam acelerado 0,3% e 2,9%.

O resultado positivo em julho foi decorrência do bom desempenho das variáveis Compras (3,4%) e Utilização da Capacidade Instalada (1,5%). "A indústria estava com estoques elevados até cerca de três meses atrás. O que se nota agora é uma natural recomposição da atividade", afirmou Tigre, destacando que outro ponto importante é disseminação da melhora entre a maioria dos setores industriais.

Nesta base de comparação, dos 17 pesquisados, os crescimentos mais expressivos foram registrados em Refino de Petróleo (11,8%), Móveis (10,7%), Metalurgia Básica (9,3%), Máquinas e Equipamentos (8,3%). Apenas quatro segmentos ainda ficaram negativos: Fumo (- 7,3%), Vestuário (-4,8 %), Têxteis (-3,8%) e Veículos Automotores (-0,9%).

Já as variáveis ligadas ao mercado de trabalho continuam refletindo em julho os efeitos da crise mundial: Massa Salarial (-2%) e Emprego (-0,4%) tiveram queda. Esse baixo desempenho, ante junho, segue a retração do Faturamento e das Horas Trabalhadas na Produção, com recuos de -1,3% e -1,5%, nessa base de comparação. Os setores que menos contrataram foram Fumo (-20%), Metalurgia Básica (-1%), Produtos Químicos (-1%), Couros e Calçados (-0,8%), Alimentos e Bebidas (-0,2%) e Veículos Automotores (-0,2%).

Comparação com 2008 − Em relação ao ano passado, julho ficou longe de recuperar as perdas iniciadas com a turbulência internacional e fechou negativo em 14%. Apenas os segmentos de Refino de Petróleo e Fumo tiveram uma performance positiva na comparação com julho de 2008, com crescimentos de 17,5% e 10%, respectivamente.

Quando analisados os sete primeiros meses de 2009, o resultado do Índice de Desempenho da Indústria também apresenta uma desaceleração expressiva (-14,3%), ante o mesmo período do ano anterior. Todas as variáveis, principalmente aquelas ligadas à produção, tiveram uma retração: Compras (-28,9%), Faturamento (-14%), Horas Trabalhadas na Produção (-13,8%), Massa Salarial (-8,2%) e Emprego (-6,5%).

Dos 17 segmentos pesquisados no acumulado do ano, todos registraram perdas. Os mais afetados foram Metalurgia Básica (-37,4%), Máquinas e Equipamentos (-25%), Produtos Químicos (-20,9%), Veículos Automotores (-18,9%), Fumo (-12,5%) e Couro e Calçados (-7,9%).

Publicado segunda-feira, 31 de Agosto de 2009 - 0h00