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Indústria do RS começa o ano com aumento nas exportações

As exportações gaúchas começaram o ano em alta, na comparação com janeiro de 2018. Foram US$ 2,6 bilhões no primeiro mês de 2019, um incremento de 105,6%, o maior valor exportado já observado para a toda a série histórica no período. Porém, o resultado está fortemente influenciado pela operação envolvendo uma plataforma de petróleo e gás, no valor de US$ 1,3 bilhão para o Panamá. Com o registro dessa operação, a indústria do Estado também cresceu muito (133,6%) e somou US$ 2,5 bilhões no mês. Se não fosse considerada a contabilização da plataforma na pauta de exportações, mesmo assim haveria expansão no setor secundário, de 11,7% (US$ 1,2 bilhão). “Há de se destacar o papel preponderante da indústria para o crescimento do setor externo em janeiro no Estado, contribuindo com 87% do total exportado”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry, salientando que, apesar da grave crise econômica na Argentina, país que em janeiro perdeu a posição de terceiro maior comprador de produtos de origem gaúcha – atrás de Panamá, China e Estados Unidos –, os empresários se mostram otimistas em relação à demanda para os próximos seis meses.

Dos 22 segmentos que registraram alguma atividade de exportação em janeiro, dez aumentaram, sete caíram e cinco ficaram estáveis. Os que impulsionaram o crescimento da indústria foram Coque e derivados do petróleo e de biocombustíveis (325%), Celulose e papel (292,5%) e Tabaco (13,8%). Em contrapartida, as maiores quedas vieram de Alimentos (-28,3%), Máquinas e equipamentos (-31,5%) e Veículos automotores, reboques e carrocerias (-35,2%). Cabe ressaltar que Outros equipamentos de transporte (64.850%) assinalou o crescimento mais expressivo da indústria de transformação. Contudo, a operação com a plataforma de petróleo integra as exportações fictas atreladas ao Repetro, regime no qual não há a saída efetiva da mercadoria do território nacional.

Em relação às commodities, mesmo o avanço de 271% nas vendas de trigo em janeiro foi insuficiente para reverter a queda de 19,3% das exportações no grupo de produtos básicos. Tudo porque a redução de 47% na comercialização da soja gaúcha exerceu forte influência sobre o resultado. O maior destino, a China, diminuiu as compras da mercadoria, no mês de janeiro, em 61,7% (US$ 112 milhões), na comparação com o mesmo período de 2018.

IMPORTAÇÕES
Pelo lado das importações, o Estado adquiriu US$ 720 milhões em mercadorias, atingindo o maior valor importado para o mês desde janeiro de 2015. A alta de 9,3% reflete o aumento das importações das categorias de Combustíveis e lubrificantes (40,7%), Bens intermediários (12,2%) e Bens de capital (2,1%). O resultado das importações só não foi maior por causa da diminuição das compras de Bens de consumo (-7,8%), sobretudo pela redução entre os duráveis e semiduráveis.

Publicado quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2019 - 17h17