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Inovação deve surgir da observação e não apenas da aproximação com universidades

Apesar da importância da integração entre empresas e universidades no surgimento da inovação, conforme foi apresentado no primeiro dia do 2º Congresso Internacional de Inovação, na FIERGS, há outros mecanismos para inseri-la nas empresas. A inovação através de outros meios foi um dos pontos apresentados pelos painelistas durante o segundo dia do evento, que reúne especialistas nacionais e internacionais até esta quarta-feira (25). O professor de gestão em tecnologia e inovação da Universidade de Sussex, Joe Tidd, defendeu a necessidade dela não se limitar a surgir apenas dentro das universidades e de sua aproximação com o setor produtivo, mas também da observação de diferentes segmentos, da troca de experiências em empresas de diferentes segmentos, um processo de benchmarking. "O processo de inovação não deve se resumir às áreas científicas e tecnológicas, para elaboração de novos produtos e serviços, mas também nos processos de gestão dentro das empresas", opinou Tidd. Ele citou como exemplo as indústrias farmacêuticas, que investem de 11% a 14% em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e o dobro na área de marketing e vendas. "As inovações de processos, apesar de trazerem retornos bastante significativos, são difíceis de serem percebidas. Por isso, as empresas focam na inovação tecnológica", completa.

Já o CEO e fundador da Strategos, consultoria estratégica para o desenvolvimento da capacidade de inovar nas empresas, Peter Skarzynski, apresentou alguns processos básicos que considera essenciais no desenvolvimento à inovação, como o de ouvir novas vozes dentro e fora das organizações, como clientes e funcionários. Ele citou o caso da loja de eletroeletrônicos norte-americana Best Buy, uma das maiores do mundo, que colocou em prática a política de ouvir seus funcionários, de onde surgiram várias ideias inovadoras. Outro ponto é o incentivo, ensino e sustentação de novas perspectivas, a partir de brainstorms, e mudanças na política industrial ortodoxa. Como exemplo, o zoológico de Denver, nos Estados Unidos, que enxergou nos dejetos dos animais uma maneira diferente de ter retorno financeiro: vendendo como fertilizante para floriculturas, paisagistas e floristas interessados em adubo natural. "O zoológico de Denver saiu de sua visão ortodoxa para obter retorno", comentou. Outros passos para a inovação, destacado por Skarzynski, foram: observar as necessidades de seus clientes e potenciais clientes; inovar, mantendo o foco no modelo de negócios. Ao longo da palestra, o especialista apresentou cases de empresas que souberam criar produtos e serviços inovadores, que surgiram a partir de diálogos com funcionários e análise da necessidade mais básica de seus clientes.

O 2º Congresso Internacional de Inovação, que acontece até a próxima quarta-feira (23), conta com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS), PUCRS, Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC), Marcopolo, Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SCT-RS), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), CEEE e Banco do Brasil.

Publicado Terça-feira, 24 de Novembro de 2009 - 0h00