Na primeira palestra do Congresso, na manhã desta terça-feira (24), o professor de gestão em tecnologia e inovação da Universidade de Sussex, Joe Tidd, abriu os trabalhos falando sobre "Inovação e Empreendedorismo" e as realidades nos diversos países. "O processo de inovação não deve ser apenas nas áreas científicas e tecnológicas, para elaboração de novos produtos e serviços, mas também nos processos de gestão dentro das empresas", opinou Tidd. Ele citou como exemplo as indústrias farmacêuticas, que investem de 11% a 14% em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e o dobro na área de marketing e vendas. "As inovações de processos, apesar de trazerem retornos bastante significativos, são difíceis de serem percebidas. Por isso, as empresas focam na inovação tecnológica", completa.
De acordo com o professor, a taxa de retorno dos departamentos de P&D, normalmente, é superior a 30%. Segundo dados apresentados por Tidd, hoje, cerca de 85% das ideias inovadoras não chegam ao mercado, e 40% dos produtos e serviços pensados para o consumo não obtém sucesso no mercado. "Muito se debate a importância da inovação, mas apenas uma em cada oito empresas gera a inovação de forma sistemática". Para Tidd, as organizações deveriam investir mais neste aspecto, pois aquelas que inovam criam duas vezes mais valor.
Também defendeu a necessidade de a inovação não se limitar a surgir apenas dentro das universidades e de sua aproximação com o setor produtivo, mas também da observação de diferentes setores, da troca de experiências com diferentes empresas. Outro ponto abordado foi a lenta globalização dos processos de inovação. "Mesmo vivendo em uma economia globalizada, na inovação, esse processo ainda é lento", comenta. Hoje, até 80% das empresas inovam dentro de seu país de origem.
O 2º Congresso Internacional de Inovação, que acontece até a próxima quarta-feira (23), conta com o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS), PUCRS, Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC), Marcopolo, Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SCT-RS), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), CEEE e Banco do Brasil.
