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Executivos e lideranças de 46 sindicatos industriais participaram, nesta quarta-feira (28), de encontro na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS).

A discussão centrou sobre o novo momento vivido por essas entidades representativas após a Modernização Trabalhista, que acabou com a obrigatoriedade da contribuição sindical, condicionando o desconto à autorização prévia do associado. “Estamos vivendo um período de desafios no Brasil. Isto atinge todos os sindicatos do País, de todos os setores. Portanto, a questão da sustentação financeira não é privilégio do Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

Petry destacou, também, que no ano passado, ainda na vigência da contribuição compulsória, os sindicatos patronais arrecadaram R$ 549,5 milhões no Brasil. Em 2018, o total chegou a R$ 143,3 milhões, uma redução de 74%.  Para as federações, os valores caíram de R$ 176 milhões, em 2017, para R$ 44,5 milhões este ano, uma queda de 75%. “Não podemos esperar nenhuma solução mágica, temos que enfrentar essa nova realidade”, disse, ressaltando que a FIERGS conta, para dar suporte e apoio aos sindicatos, com o Conselho de Articulação Sindical e Empresarial (Conase), responsável pela realização da segunda edição do Encontro de Executivos Sindicais da quarta-feira, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Coordenador do Conase, Gilberto Ribeiro reforçou que os sindicatos industriais devem buscar apoio e se fortalecer junto à FIERGS, e que o futuro será diferente para essas entidades, diante da nova situação causada pelas mudanças provocadas pela Modernização Trabalhista. “Precisamos estar preparados”, alertou.

Especialista em Políticas e Indústria da Gerência Executiva de Desenvolvimento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diana Neri falou sobre o Novo Cenário Sindical e Tendências Nacionais. Diante da situação atual, que tornou a contribuição voluntária e valorizou a negociação coletiva, prevalecendo os acordos coletivos sobre as convenções, Diana afirma que a reestruturação dos sindicatos “se torna mais urgente e importante”. Ela informou que, segundo pesquisa da CNI, mais de 89% das indústrias não são associadas a sindicatos e que superar essas dificuldades é um dos desafios das lideranças das entidades.

Empresário e especialista em Marketing, Inovação e Educação, Leonardo Carrareto apresentou a oficina Sindicato Startup – Como Transformar seu Sindicato, que apresentou as principais metodologias e ferramentas para startups serem ágeis e com respostas dinâmicas às demandas do mercado, capacitando líderes e executivos sindicais.

Crédito foto: Dudu Leal

Publicado quarta-feira, 28 de Novembro de 2018 - 0h00