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Mercado americano tem espaço para mais produtos gaúchos

As dificuldades econômicas que vêm sendo enfrentadas pelos Estados Unidos não diminuíram a importância do seu mercado para as empresas brasileiras. "Apesar da crise, os norte-americanos vão continuar comprando e são a locomotiva do mundo", afirmou o coordenador de Desenvolvimento de Novos Produtos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Juarez Leal, ao abrir o seminário "Mercado Foco Estados Unidos", nesta segunda-feira (22), em Porto Alegre, realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS).

Com um Produto Interno Bruto (PIB) superior à soma de todos os países da União Europeia, segundo o executivo da Apex, os Estados Unidos são um grande mercado consumidor, não apenas pelo tamanho de sua população, que deve atingir 332 milhões de pessoas em 2015, como também pelo seu alto poder aquisitivo. Em 2010, as importações totais dos norte-americanos chegaram a US$ 1,9 trilhão. Desse total, pouco mais de 1,3% foram comprados de empresas brasileiras. Os Estados Unidos são o segundo destino das vendas externas do Brasil e no ano passado 5.834 companhias nacionais exportaram US$ 24,9 bilhões para eles. Segundo Leal, esses embarques podem ser maiores. "Há muito espaço para ocuparmos. Mas, é preciso preparação para saber como transformar as oportunidades em negócios", disse Leal.

Durante o evento, a agência orientou os empresários gaúchos para aproveitarem melhor o potencial de exportação para os EUA. Para alcançar resultados, Leal destacou que os empreendedores brasileiros precisam fazer esforços para consolidar suas marcas, além de atuarem melhor no pós-venda. "Com esse tipo de investimento, podem agregar valor aos seus produtos e compensar o câmbio desfavorável à exportação. Os exportadores não podem querer ganhar apenas no preço. Devem investir em qualidade", defendeu, lembrando que a economia americana deve crescer pelo menos 2% ao ano até 2014. Com isso, o consumo naquele país elevará em torno de US$ 500 milhões.

O gerente-adjunto do Centro de Negócios da Apex em Miami, Fernando Spohr, citou algumas áreas com maior potencial para as empresas nacionais no mercado dos EUA: alimentos, bebidas, agronegócios, máquinas e equipamentos, casa e construção e moda. Spohr apresentou aos gaúchos as tendências, perspectivas e oportunidades, bem como as ações para melhor posicionar o exportador no mercado norte-americano, tais como as atividades de relacionamento, imagem e promoção desenvolvidas pelo Projeto Fórmula Indy e a estrutura oferecida pela Apex em Miami.

O Seminário contou também com depoimentos de executivos das empresas Raisman Corporation, Borrachas Vipal e do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), que já atuam no mercado norte-americano.

Publicado segunda-feira, 22 de Agosto de 2011 - 0h00